Baía de Paranaguá volta a registrar morte de peixes

Há duas semanas bagres brancos e amarelos estão aparecendo mortos da Baía de Paranaguá até Antonina, no litoral do Estado. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) já colheu amostras de peixes e da água para estudar as causas do problema.

Segundo o presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Paraná, Edemir Manoel Ferreira, os pescadores suspeitam de que navios cargueiros tenham jogado no mar a substância que causou o problema.

Há duas semanas os pescadores começaram a encontrar os bagres mortos. Edemir não sabe precisar quantos, mas diz que se trata de toneladas. Segundo ele, até última terça-feira foram avistados peixes ainda agonizando. Como a espécie vive no fundo do mar eles temem que o camarão e outras espécies também estejam sendo afetadas.

O bagre é um dos peixes comercializados pelo pescadores. Mas Edemir afirma que por enquanto a pesca não foi prejudicada. No entanto, temem que o IAP baixe uma portaria proibindo a atividade. A medida iria afetar os 8.200 pescadores do Estado. A federação e a prefeitura de Antonina também encomendaram estudos particulares sobre o problema. Segundo Edemir, da última vez que houve um problema parecido, a causa da mortalidade dos peixes não foi descoberta.

Os pescadores desconfiam de que a substância tóxica que provocou as mortes tenha sido jogada no mar por navios que atracam no Porto de Paranaguá. “Eles fazem até lavagem de porões no mar. Podem ter jogado alguma coisa durante a noite”, diz. O laudo do IAP deve ficar pronto em uma semana.

Rios e lagos serão repovoados

O governador Roberto Requião anunciou que o governo do Estado vai investir R$ 16 milhões no repovoamento de rios, lagos e também do litoral do Paraná. O projeto está sendo finalizado e será implantado ainda neste ano. Os estudos contam com a participação de membros da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e de vários órgãos do Estado que se dedicam aos estudos da área da pesca há muitos anos.

Os técnicos foram divididos em dois grupos, um especializado em água doce e outro em água salgada. Para água salgada, foram selecionados projetos que envolvem o cultivo de camarão branco, caranguejo, robalo, siri, tainha, ostras e mexilhões. Além disso, haverá acompanhamento genético de espécies aquáticas, colocação de recifes artificiais de concreto em mar aberto e mecanismos para proteger a pesca artesanal. Já para água doce, as ações ocorrerão em várias regiões do Estado e nos principais rios do Paraná e também envolverão o cultivo de espécies nativas.

Turismo

Para Requião, com o repovoamento das águas do Paraná, o incremento do turismo será uma conseqüência. “Com a pesca mais organizada, com certeza o turismo vai crescer, indústrias vão se instalar no Litoral e haverá geração de emprego e renda”, enfatizou o governador.

Ainda sobre o litoral do Estado, o governador mostrou preocupação com a Ilha do Mel, afirmando que o local não pode ser transformado em um balneário. Para garantir a preservação do local, Requião pediu a revisão de todas as construções que existem na Ilha e também um reforço do Ibama e do IAP no patrulhamento da costa marítima.

Na próxima quinta-feira (27), haverá a terceira reunião do grupo envolvido no projeto para a apresentação do plano final. Uma comissão foi designada pelo governador para fazer a triagem e o orçamento final do programa.

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