Bactéria resistente faz 55 vítimas no Paraná

As autoridades médicas do Paraná estão em alerta com o crescimento do número de casos provocados pela Mycobacterium, uma bactéria mais resistente aos procedimentos de esterilização. Desde dezembro, foram registrados 19 casos de pacientes infectados após se submeterem a videocirurgias. A única morte ocorrida ainda está sob investigação e não teve confirmada a ligação com a micobactéria. Outros 36 casos estão sob investigação e somente na última semana foram detectados seis.

Para auxiliar e coletar informações sobre a doença, técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde estão em Curitiba e devem ficar cerca de uma semana. O ministério também investiga os casos de contaminações em 14 Estados. Segundo a diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria da Saúde da prefeitura da capital paranaense, Karin Regina Luhm, o objetivo agora é percorrer os hospitais e orientar os profissionais sobre os procedimentos a serem seguidos, além de tentar detectar possíveis focos de contaminação.

"É um trabalho intenso que estamos fazendo, mas todos os pacientes que possam ter contraído a bactéria poderão ser medicados, gratuitamente, com remédios cedidos pelo Ministério da Saúde", disse. Além dos Hospitais Pilar, Cruz Vermelha e Santa Casa, que tiveram os casos confirmados, a Secretaria de Saúde também investiga outros estabelecimentos. "Não podemos divulgar os nomes dos hospitais, pois eles estão sendo monitorados e não tivemos a confirmação de casos.

Sobre a possível morte de um paciente, Karin ressalta que isso é pouco provável. "Não vamos descartar a possibilidade, mas não há na literatura médica alguma morte ocasionada pela bactéria", disse. A infecção, geralmente, surge após o paciente passar por uma videocirurgia, e, entre os sintomas, estão uma secreção constante no local e difícil cicatrização. "Caso isso ocorra, pedimos aos pacientes que entrem em contato com o médico que o atendeu para que o caso seja notificado e a pessoa possa receber os medicamentos necessários.

Após a divulgação do caso, o Pilar, por meio de um comunicado oficial, informou que foi o primeiro hospital a se manifestar junto à Vigilância Sanitária sobre a micobactéria de crescimento rápido. "Embora o Ministério da Saúde forneça, gratuitamente, os medicamentos pertinentes ao caso, o Hospital Pilar, desde que evidenciado o primeiro caso, forneceu e permanece fornecendo, sem quaisquer ônus, não somente a medicação, mas também todos os curativos aos pacientes que passaram por procedimento videolaparoscópico e que apresentaram a contaminação, assim como nos casos indicados, propiciando tratamento em câmara hiperbárica.

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