Azor prega união durante posse

O delegado Jorge Azor Pinto assumiu oficialmente ontem o cargo de delegado-geral da Polícia Civil do Paraná. A solenidade de posse aconteceu pela manhã, na Escola Superior de Polícia Civil, e foi acompanhada por policiais de diversas regiões do Estado. No discurso, Azor pregou união e independência da categoria e confirmou que novas readequações serão feitas. Azor respondia pela Divisão de Crimes contra o Patrimônio, e agora ocupa o lugar de Adauto Abreu de Oliveira, que pediu exoneração da função na última sexta-feira.

O novo delegado-geral disse que atuará para resgatar a imagem da Polícia Civil, que foi denegrida pela ação de alguns maus policiais. Azor ressaltou que vai buscar a liberdade de trabalho dos delegados. “Claro que essa liberdade não pode ultrapassar os limites da hierarquia”, ponderou. Ele admitiu que os níveis de criminalidade estão crescendo na capital, mas justifica que isso está intimamente ligado com o crescimento da pobreza e miséria da população. “Mas vamos combater com o reequipamento da polícia, que dará melhores meios para a investigação”, disse.

Segundo o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, o delegado Azor foi escolhido para o cargo porque tem o perfil da nova Polícia Civil do Paraná. “Ele é experiente e jovem. Estas são duas qualidades fundamentais para a renovação da Polícia. O Paraná vai ter aquela polícia dinâmica, atuante e respeitada, como era no passado”, declarou.

O secretário disse que as declarações de Adauto Oliveira, de que sofria muita influência de Delazari no cargo, já são coisas do passado. “O Adauto cumpriu seu papel como seriedade e honestidade, e acho que o resto é passado”, resumiu.

O secretário seguiu ontem para Brasília, onde entregaria o plano de segurança nacional. O documento tem setenta páginas, e segundo Delazari, o teor segue uma mudança de ideologia da Polícia Civil, sem investimentos em armamento, mas equipamentos para a investigação. A pretensão é que a secretaria tenha um orçamento de R$ 40 milhões em 2004. Um dos principais investimentos será na frota própria, pois segundo o secretário, a Polícia Civil tem apenas 150 veículos, quando precisaria de 1.400. “Hoje gastamos R$ 800 mil por mês de aluguel de carros. Isso é um absurdo que herdamos da administração passada e vamos corrigir”, prometeu.

Adepol

Quem também acompanhou a posse de Jorge Azor Pinto foi o novo presidente da Associação da Polícia Civil (Adepol), João Kepes de Noronha. Embora Delazari tenha dito que nem percebeu a presença de Noronha, fez críticas indiretas ao policial. Noronha afirmou que as declarações do secretário não passam de inconformismo, já que o candidato apoiado por Delazari para a presidência da Adepol, Nabor Sottomayor, perdeu as eleições. “Foi a classe policial que optou pelo meu nome, o que demonstrou que a interferência do secretário na eleição não adiantou”, atacou. Para o delegado-chefe, a Adepol é apenas uma entidade classista, que não terá influência no trabalho da Polícia Civil.

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