Aumenta procura por alimentos de curto prazo

Comprar produtos alimentícios com data próxima ao vencimento é uma alternativa para as pessoas que querem economizar nas compras. Alguns estabelecimentos de Curitiba oferecem produtos de curta validade por preços abaixo dos praticados nos supermercados. Muitos compradores aparecem nas lojas todos os dias, principalmente depois de saírem do trabalho, a fim de levarem para casa produtos de consumo praticamente imediato.

O proprietário das lojas Super Gula e Big Gula (especializadas nesse tipo de comércio), Cláucio Pinheiro, conta que a explosão desse tipo de mercadoria aconteceu há cerca de dois anos. “No começo, o objetivo era vender somente produtos de vencimento curto por um preço melhor. Deu muito resultado”, explica. “As grandes distribuidoras jogavam fora o que não conseguiam vender por estar próximo da validade. Assim, comprávamos bem barato e repassávamos para o consumidor”, comenta.

Pinheiro afirma que, hoje em dia, somente 5% do total de mercadorias vendidas possuem curto prazo de validade. “Os distribuidores também descobriram que podem ganhar dinheiro com os produtos que iriam para o lixo. São escassas as empresas que vendem os produtos com poucos dias de validade”, conta Pinheiro. “Oferecemos o que conseguimos. Um dia pode ser laticínio, no outro, produtos secos”, relata.

Com esse quadro, a alternativa foi negociar valores e comprar em grande quantidade para continuar oferecendo mercadorias com preço baixo. “Nós estamos fazendo isso, com os produtos de validade extensa, para permanecer com a clientela”, esclarece Pinheiro.

Os estabelecimentos ficam abarrotados de gente a partir das 4 horas da tarde, quando as pessoas começam a sair do trabalho. “Praticamente não dá para entrar na loja”, conta Pinheiro. Cerca de 70% deles são clientes fiéis: passam por lá diariamente para comprar os produtos.

Este é o caso do comerciante Zanoni Faria Gomes. Ele sai todos os dias de sua residência, localizada perto do Mercado Municipal, para ir até a loja em frente ao Terminal do Guadalupe. “Eu levo tudo o que tiver barato. Presto bastante atenção na validade para consumir logo. Compro porque acaba compensando no final das contas”, revela.

Programa se preocupa com qualidade

Cintia Végas

Garantir a qualidade dos alimentos ao consumidor final em restaurantes, bares, lanchonetes e pizzarias de todo o Brasil é o objetivo do programa Alimento Seguro, mantido desde 2001 pelo Senac, Sesi, Sebrae, Sesc, Senai e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo a consultora técnica do programa, Luana de Assis, o Alimento Seguro agrega uma série de normas que podem garantir boas práticas de manipulação e higiene dos alimentos. Essas revelam como devem ser as instalações dos estabelecimentos – pisos, paredes, teto e separações de áreas – e todo o processo de fabricação dos pratos oferecidos – desde a escolha dos fornecedores até recebimento, armazenagem, pré-preparo, preparo final e distribuição. “O programa é adotado em diversos estabelecimentos de todo o País e já está sendo citado como exemplo de sucesso em congressos internacionais”, comenta Luana. “Ele oferece treinamento aos funcionários dos estabelecimentos que o adotam e também consultoria, onde são realizadas (por um período de seis meses) visitas periódicas ao local para identificar possíveis problemas e ajudar no processo de adequação às normas”.

Se o estabelecimento consegue ter 100% de adequação às regras de boas práticas de manipulação e higiene, ele recebe um atestado de conformidade emitido pelas instituições responsáveis pelo programa. “Em Curitiba, sete estabelecimentos já adotaram o Alimento Seguro e se adequaram às regras. Todos eles conseguiram obter muitas melhorias tanto em suas instalações físicas quanto no processo de preparo de seus alimentos. Dois deles já receberam o atestado de conformidade”, revela Luana. “No momento, outros cinco estabelecimentos estão em fase de implantação das normas”.

Pizzaria

A pizzaria Gepetto, localizada no bairro Batel, é um dos dois estabelecimentos curitibanos a obterem o atestado de conformidade. O local começou a se adequar às regras do programa há dois anos e já passou por diversas modificações. “Utilizamos uma série de metodologias, investindo em nosso espaço físico e na capacitação de funcionários. Os benefícios foram imensos, pois conseguimos realmente nos profissionalizar”, comenta o proprietário do local, Vanderlei Amor. “O retorno do trabalho estamos sentindo através dos baixíssimos índices de reclamações por parte dos clientes”.

O programa custa cerca de R$ 4 mil aos estabelecimentos. Quem tiver interesse em adotá-lo ou obter mais informações sobre os serviços oferecidos deve ligar para o Senac, no 0800-6436346.

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