A população que vive ou trabalha às margens da Estrada da Ribeira (BR-476) não sabe definir se as obras estão quase parando ou completamente paradas. Apesar da indefinição, a questão é que, do jeito que está, não pode ficar. Os moradores da região afirmam que a situação está insuportável. Além de estarem estagnadas, as obras tornam o local perigoso.
O ponto do taxista Luciano Vicente é à beira da rodovia. Ele, que está no local todos os dias, garante que faz mais de um mês que ?não circula nenhuma máquina?. ?Isso é péssimo, pois a população espera, no mínimo, respeito. Aqui não tem sinalização adequada. Não tem nada. É um descaso?, reclama.
Já a moradora Nice dos Santos, do Campo Alto, em Colombo, afirma que faz quase dois meses que a obra não progride. Ela lamenta a situação e ressalta o perigo iminente tanto para os pedestres quanto para os motoristas. ?Meus filhos têm que atravessar isso aqui todo dia. Não tem acostamento. O que mais ocorre aqui é acidente. Tem carro que passa por onde ainda não está pronto. Sem contar que direto tem carro que cai no barranco aqui (próximo ao mercado Dip). Eles se perdem, pois não dá para enxergar onde está em obra?, conta.
O ponto mais crítico da obra é próximo ao Rio Palmital. No local, o comerciante Rosemir Boa afirma que a situação está complicada. ?Faz quase quatro meses que está assim. Esse pedaço não dá para entender nada. É essa bagunça. Não tem visão nenhuma?, comenta. No mesmo ponto, outra comerciante, Cristiane Corrêa, revela que a nova ponte sobre o rio ?está parada faz tempo?. Além disso, ela diz que não sabe ?se vão terminar isso ou se esse já é o pronto?, questiona.
Exatamente no trecho mais confuso, a chuva da última quarta-feira fez desbarrancar a nova ponte que estava sendo construída sobre o Rio Palmital. No local, uma equipe da Sanepar refazia a tubulação que caiu e tentava examinar o estrago. No entanto, a chuva dificultava o trabalho.
Explicação
Alcidino Bittencourt Pereira, coordenador da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), órgão responsável pela obra, explicou que a obra não está parada. ?O que houve foi uma diminuição nas atividades, pois a construtora (Pussoli) está concentrando o trabalho na produção de brita para ser utilizada no local?, afirma. Segundo ele, desde o início a obra já estava com o cronograma atrasado. Além de problemas com a construtora anterior, ele afirma que houve dificuldades de remanejamento de infra-estrutura e saneamento. ?Porém, a dificuldade maior dessa obra é que está localizada em perímetro urbano, onde o trânsito intenso também dificulta?, justifica.
Ninguém da construtora Pussoli, responsável pela obra, foi encontrada para se manifestar sobre os atrasos e inquietudes da população local.


