Ato pelo passe livre causa prejuízos e fere estudante

Uma estudante de 15 anos ferida e vidros de carros, ônibus e estação-tubo quebrados. Esse foi o saldo da manifestação de estudantes que aconteceu ontem, no centro de Curitiba. O ato, que tinha como objetivo reivindicar o passe livre para a categoria e discutir sobre a reforma estudantil, reuniu cerca de 1.300 estudantes. Na semana passada, em outra manifestação, um vidro da porta da Prefeitura Municipal foi quebrado.

Os estudantes saíram em passeata da praça Santos Andrade em direção à Prefeitura. Carregando faixas e gritando palavras de ordem, como “o dinheiro do meu pai não é capim, eu quero passe livre sim”, os alunos começaram a se desentender ao longo do percurso. Alguns chegaram a jogar pedras em ônibus e estações tubo. Um estudante foi flagrado pichando telefones públicos e pontos de ônibus.

Em frente à Prefeitura, uma nova confusão foi armada, com brigas entre os manifestantes. Eles utilizaram pedras durante as agressões, e diversos carros foram atingidos. Um Fiat Tipo que estava no estacionamento da Prefeitura teve o vidro dianteiro quebrado. Uma estudante de 15 anos ficou ferida na cabeça e foi levada para o Hospital Cajuru, onde permaneceu em observação durante o dia de ontem. Segundo o tenente da Polícia Militar, Glauber Antônio Selleti, a polícia não tinha sido avisada da manifestação.

Segundo o vice-presidente regional da União Nacional de Estudantes (UNE), Fernando Amorim, as confusões foram armadas por pessoas que não concordam com a forma como as reivindicações estão sendo conduzidas pelas lideranças estudantis. “Eles defendem um movimento de revolução, mas nós não queremos radicalizar”, afirmou. Amorim falou que o próximo passo do movimento será formar uma comissão para discutir a criação do passe livre com os vereadores.

Nova Escola

A manifestação de ontem em Curitiba foi mais uma etapa do calendário nacional de mobilizações – que está ocorrendo em todas as capitais brasileiras – promovidas pela UNE e Ubes (União Brasileira de Estudantes). Segundo o presidente da Ubes, Marcelo Gavião, a idéia é trabalhar com os estudantes para que eles impulsionem mudanças importantes no País.

Uma delas consta do projeto Nova Escola, que é uma proposta de alternativas para o ensino no País, que vão desde a alteração de conteúdo programático até ampliação de verbas para o setor.

Nova tarifa ainda indefinida

A tarifa da Rede Integrada de Transporte (RIT) só será definida na semana que vem, após análise da Coordenadoria da Região Metropolitana (Comec) das propostas apresentadas ontem pela Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), em reunião a portas fechadas, na Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

De acordo com o presidente da Urbs, Sérgio Tocchio, a integração do sistema é o principal ponto a ser preservado. Ele afirmou que só espera a avaliação do presidente da Comec, Alcidino Pereira Bittencourt, para que os reajustes possam ser feitos. Mas, por enquanto, nenhum valor realmente foi anunciado. “Não podemos nos precipitar. A avaliação é detalhada. Sei que é difícil, mas todos devem ter paciência”, diz.

São três as opções a serem estudadas pela Comec. A primeira é que o aumento ocorra em todas as linhas da Rede Integrada de Transporte (RIT), incluindo as da capital, utilizando o valor único de R$ 1,90. A segunda, a criação de uma tarifa média para as linhas metropolitanas e a manutenção do valor de R$ 1,70 para as linhas urbanas. A terceira, a variação do preço tarifário de acordo com a distância percorrida pelas linhas metropolitanas, mantendo também o valor de R$ 1,70 para Curitiba.

Tocchio explicou que o aumento ainda não aconteceu porque a entidade precisa de um documento que oficialize a posição da Comec, concordando com uma das propostas apresentadas pela Urbs. Há duas semanas, o governo do Estado encaminhou uma carta, aceitando os cálculos da planilha de custos feitos e divulgados no começo do impasse, em janeiro. Mas o presidente da Urbs confirmou que somente com um documento oficial, mostrando o parecer da Comec, o reajuste poderá ser efetuado.

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