Ativistas fazem protesto contra os EUA

Ativistas internacionais que participaram ontem em Curitiba, da 1.ª Jornada da Marcha Mundial ao Muro do Império, apóiam a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fortalecer economicamente a América do Sul. O venezuelano David Hernández Oduber, membro do Comando Social Popular da República Bolivariana da Venezuela (movimento chavista) agradeceu ao presidente brasileiro ao apoio que tem dado a seu País. Contrário à criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), Oduber disse que os mercados regionais como o Mercosul devem ser fortalecidos.

Tentando explicar a crise em seu país, o ativista venezuelano colocou Venezuela e Iraque num mesmo barco, ou seja, todo o problema teria sido criado pelo interese norte-americano em dominar o petróleo mundial. “As reservas de petróleo norte-americanas vão só até 2005. Em 2020 a necessidade do produto no país será o dobro da de hoje. Por isso, eles estão tentando guerrear contra o Iraque e ajudam golpistas na Venezuela a tentar derrubar o governo democrático de Chávez”, contou, citando que a mídia venezuelana é totalmente dominada pelos capitalistas golpistas. “O povo venezuelano continua com Chávez. Ele tem 52% de aprovação. Porém, as coisas boas de seu governo não são divulgadas pela mídia internacional”, falou.

Para Maria Inês Brassesco, da União de Mulheres da Argentina, governos contra o neoliberalismo como os do Brasil, Venezuela, Equador e Cuba vão consolidar um novo horizonte que pode ajudar a resolver situações críticas de países como a Argentina. Ela creditou o problema argentino ao modelo neoliberal e os governantes de seu país, a quem chamou de traidores. Maria Inês disse que o governo de Eduardo Duhalde continua igual aos que o antecederam. “O pior é que temos eleições para o final de abril, mas não há nenhum candidato que apresente propostas de saída do neoliberalismo”, reclamou.

Muro

O grupo de ativistas participa de um movimento mundial contra o imperialismo norte-americano. Dois ônibus de ativistas estão se dirigindo ao Recife, parando em cidades estratégicas para divulgar suas idéias. A 1.ª jornada começou em Porto Alegre, durante o Fórum Social Mundial. Daqui a dois meses os ativistas pretendem ir até Caracas na Venezuela. Posteriormente, o destino final do grupo, que tem segmentações em outras partes do mundo, é o muro que divide os Estados Unidos do México. Um dos coordenadores do grupo no Brasil, Bruno Maranhão, explicou que o muro tem 3.140 quilômetros entre as cidades de El Passo nos EUA e Ciudad Juarez, no México. “Lá fica o maior centro de montagem de produtos do mundo. Os norte-americanos usam a mão-de-obra mexicana pagando doze vezes menos”, contou Maranhão, destacando que antes da ida à Venezuela, o grupo deve participar de protestos na Base Militar de Alcântara, no Maranhão.

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