A Associação dos Meninos de Curitiba (Assoma), organização não-governamental que acolhe meninos em situação de risco há mais de quinze anos, ameaça fechar as portas por dificuldades financeiras. Segundo o presidente da entidade e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Antônio Celso Mendes, os recursos disponíveis são suficientes para mais dois anos apenas. “Quando o dinheiro acabar, vai fechar”, sentencia.

De acordo com o presidente, “é preciso criar um sistema de auto-suficiência que funcione sem sobressaltos.” A entidade, que atende aproximadamente 250 meninos de 7 a 18 anos de idade, encaminhados pelo Conselho Tutelar, recebe ajuda bimestral da Prefeitura no valor de R$ 13 mil para alimentação e educação. “É pouco”, lamenta Mendes. Segundo ele, as despesas da entidade somam aproximadamente R$ 50 mil, enquanto a receita não chega a R$ 35 mil. “Temos recebido apoio das empresas, instituições, mas as ajudas são aleatórias, não há como prever”, afirma.

Os recursos, revela, vêm sobretudo da venda de 1,5% das ações da Seguradora Gralha Azul, há cerca de dois anos, quando o Banestado foi privatizado. “A venda rendeu cerca de R$ 730 mil. Desse montante, gastamos cerca de R$ 300 mil e ainda restam pouco mais de R$ 430 mil. Nossas contas são transparentes e tudo está auditado”, salienta. Mendes critica ainda a falta de apoio das autoridades governamentais. “Eles sequer nos visitam”, reclama.

Valorização da Vida

Em meados de janeiro, a Assoma pretende lançar o projeto “Lar de Valorização da Vida”. A intenção, segundo o presidente, é implantar uma nova filosofia, resgatando o prédio histórico de Curitiba. A sede da Assoma fica no antigo Mantadouro Municipal, localizado na Avenida Salgado Filho, 1050, bairro Guabirotuba. “Queremos criar uma linha pedagógica que ensine a criança a preservar e valorizar a vida”, explica. O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a PUCPR e inclui a apresentação de videoclipes e painéis ilustrativos. A idéia é sensibilizar os espectadores sobre os crimes cometidos contra a vida e, em contrapartida, mostrar as iniciativas heróicas que contribuem para manter e valorizar a mesma. (Lyrian Saiki)

Serviço: A Assoma está aberta para visitas, em horário comercial. Contato através do fone (41) 296-1489, site www.assoma.org.br e e-mail: assoma@assoma.org.br. A conta bancária para doações é Banco Itaú, agência 3703, conta número 07183-1.

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