Árvore que destruiu casa ainda não foi retirada

Um mês após a queda do eucalipto que dividiu ao meio a casa da catadora de material reciclável Maria Ivanir Gonçalves, a enorme árvore ainda permanece no local, tornando a vida desta mulher de 64 anos ainda mais difícil do que já era.

A tragédia aconteceu na noite do dia 10 de junho, quando as severas chuvas fizeram com que a árvore caísse sobre a casa, localizada no final da Travessa Bom Retiro, ferindo Maria. “Nasci de novo. Ela caiu exatamente onde ficava meu travesseiro. Sorte que bem naquele segundo eu me virei para pegar a garrafinha de água. Não fosse isso, já era”, relembra. Com a cabeça machucada, Maria foi encaminhada para o Hospital Evangélico e liberada no dia seguinte. Agora vive noites de medo no que restou da casa. “Qualquer vento e eu já fico apavorada. Tem um monte de árvores aqui ao redor ameaçando cair. Não sei se vou ter uma segunda chance se acontecer alguma coisa”, diz.

Segundo a prefeitura de Curitiba, as árvores estão em área particular e, por isso, o município não pode ajudar na retirada do tronco e das árvores ao redor, que apresentam ameaça a ela e aos vizinhos. De acordo com Maria, os bombeiros prometeram voltar para cortar as árvores mais perigosas. Quanto ao tronco no meio de sua casa, ela recebeu a ajuda de um homem chamado Laércio, que tem motosserra e ouviu o drama no rádio.

Como o eucalipto é grande, o trabalho é demorado. Quando terminar de cortar todo o tronco, Maria pretende vender a lenha, mas sem muita esperança que isso a ajude. Ela conta que depende da boa vontade alheia. “Eu moro aqui há quase 20 anos. Quando cheguei, a casinha estava podre e fui melhorando aos poucos. Em 2005, tive uma boa ajuda e coloquei até assoalho novo. Agora vou ter que começar do zero”, lamenta.