Artifícios de defesa pessoal não são eficazes

Carregar gás de pimenta e aparelho de choque elétrico ou colocar em prática as aulas de defesa pessoal não ajudam em nada na hora de um assalto, roubo ou em qualquer abordagem de criminosos. A informação é da Polícia Militar (PM), que orienta a população a não reagir nessas ocasiões, pois a cada 16 casos de reação, apenas um consegue ser bem-sucedido. Nos outros, a vítima é ferida ou morta pelos bandidos.

O comandante da Companhia de Polícia de Choque da PM, major Fadel, explica que os dois objetos de segurança mais freqüentes são os gases de pimenta e os aparelhos de choque com alta voltagem. Mas eles não funcionam muito no momento da abordagem, já que ela acontece de surpresa e não dá tempo para a vítima se defender antecipadamente. Os artifícios praticamente não são usados. “Não recomendamos a utilização desses aparelhos porque não vale a pena. Falamos isso somente baseados nas estatísticas”, afirma. Fadel comenta que nessas situações, principalmente as que envolvem armas de fogo, a vítima fica alterada emocionalmente, o que também ocorre com o criminoso. Qualquer movimento brusco, como tentar pegar o gás de pimenta ou o aparelho de choque, poderia resultar em uma fatalidade.

Para o major, os objetos aumentam a sensação de segurança, mas não adianta portar o aparato e não saber usá-lo. Ao não conhecer direito a sua manipulação, a vítima pode ser prejudicada se não direcionar o gás corretamente ou usar o produto em um lugar de muito vento, já que ele voltaria para o rosto do aplicador.

Demora

No caso do aparelho de choque, ele demora entre 1 e 4 segundos para fazer com que o atingido caia no chão e tenha confusão mental. “Para isso, a vítima deveria estar bem próxima ao bandido e saber localizar um ponto do corpo sem proteção”, observa. “Além disso, existem armas que dão muitos tiros em apenas dois segundos. Seria muito arriscado fazer isso”, conta Fadel. O mesmo acontece com a luta de defesa pessoal. “Mesmo a polícia, que é treinada para isso, usa a defesa pessoal somente quando não há outras alternativas”, conclui.

Voltar ao topo