Área de invasão em Campina Grande do Sul recebe obras

A paisagem da maior área de ocupação irregular do município de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), não é mais a mesma. Antes com problemas de iluminação, de ruas que se resumiam a corredores e condições precárias de habitação, o bairro João Paulo II está sendo regularizado e a vida já foi bem mais sofrida. Na reportagem de hoje da série sobre ocupações da RMC, O Estado conta a trajetória e as mudanças da ocupação de 15 anos, onde moram cerca de 120 famílias.

Mudança que Zeno Dias dos Santos faz questão de participar. Morador da região há 14 anos, Santos agora é um dos pedreiros que ajuda na construção das novas casas, depois de ter reformado a sua residência. ?Quando cheguei aqui com minha mulher, tinha no máximo 50 pessoas morando?, relembra, enquanto carrega o carrinho de mão com telhas. Sem água ou luz, ele conta que o jeito era improvisar. ?De noite a gente usava vela para iluminar a casa e pegávamos a água do chão mesmo, que na época era limpa?, acredita.

Foto: Fábio Alexandre

Zeno: ?A gente usava vela?.

O crescimento está sendo propiciado pelo projeto de assentamento e regularização da área, que foi iniciado pelo município em 2005, com recursos do governo federal. No projeto, está incluída a implantação de rede de esgoto, calçamento, meio-fio e iluminação pública, além da construção de um centro de educação infantil. O mais próximo, hoje, fica a dois quilômetros do local.

Mas muita coisa ainda precisa ser melhorada, como lembra a dona de casa Clarice Roecker, moradora da região desde 2000, quando ainda não havia possibilidade de instalação de telefone. ?Há bastante ratos e mau cheiro, por causa do esgoto a céu aberto, que ainda não foi mexido?, mostrou.

Também em processo de regularização fundiária em Campina Grande do Sul estão as ocupações de Jardim Santa Rita e Jardim Nova Campina, contemplados pela situação de risco e carência da população.

Novas ocupações

Para controlar o problema das ocupações irregulares, mais do que regularizar as áreas já existentes, a Prefeitura tem procurado atuar em outra frente: a da fiscalização e de coibição de novas ocupações. ?Nesses casos a atuação da equipe deve ser muito rápida e por isso a parceria com órgãos ambientais, como a Força Verde, contribui com o trabalho. No caso do bairro João Paulo, os próprios moradores têm sido responsáveis por cuidar para que novas pessoas não ocupem o local, pois esperam que agora realmente a região tenha uma melhoria de vida?, apontou a procuradora-geral do município, Viviane Duarte Couto de Cristo.

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