A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) fez um balanço ontem, de como estão sendo investidos os R$ 5 milhões destinados à implantação do Centro de Excelência em Defesa Ambiental (Ceda) do Porto de Paranaguá. Equipado com mecanismos de contenção de vazamento de óleo, aptos a diminuir os impactos ambientais de um possível acidente, o objetivo é evitar prejuízos ambientais e sociais como os que acometeram as baías de Paranaguá, Guaraqueçaba e Antonina quando da explosão do navio chileno Vicuña.
O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marino Gonçalves, avalia que, se o porto dispusesse de mecanismos como os atuais, os impactos ambientais teriam sido quase nulos. ?Os equipamentos podem evitar que o óleo se espalhe imediatamente, porque estão dentro da APA. No caso do Vicuña, quando tivemos acesso a eles já havia passado 48 horas?, lembra. Trata-se de bombas de sucção, bóias de contenção, barreiras de absorção, lanchas e um equipamento que faz a separação entre óleo e água.
Segundo Gonçalves, o Porto de Paranaguá anunciou ainda que implantará um laboratório de análise das águas de lastro – a que é coletada pelo navio para fazer o equilíbrio da embarcação e que necessita ser lançada ao mar para diminuir o peso antes de entrar no porto.
Audiência
A audiência pública que relatou os investimentos previa discutir a destinação da multa de R$ 50 milhões aplicada à empresa Ultragás pela responsabilidade no acidente com o navio Vicuña, mas a empresa foi caracterizada como ausente.
O advogado da Ultragás, Leven Siano, defendeu que a empresa recebeu auto de infração, mas ainda aguarda decisões sobre como a Justiça deverá proceder, significando que não tem multas a pagar. ?É preciso reconhecer que a empresa limpou e fez recuperação do ambiente. Em função disso não há multa alguma, mas temos agido desde o início com política ambiental e social?, explica. Já o superintendente do Ibama conclui que a multa existe e será debitada normalmente.