Horas depois de ter tomado ciência do teor das denúncias apresentadas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria Geral da União (CGU), o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, anunciou uma série de medidas, entre as quais, a aceleração do processo de implantação do ponto biométrico no Hospital de Clínicas (HC). A Universidade, no entanto, optou por não afastar preventivamente os médicos indiciados, antes que o processo seja concluído. Portanto, eles continuam trabalhando normalmente no hospital universitário.

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“Vamos apurar as responsabilidades de cada um, abrindo espaço para punições da forma da lei. Seremos extremamente legalistas, mas com firmeza, porque estamos tratando de dinheiro público”, disse o reitor. “Agora, tem que haver averiguação de culpabilidade. Não dá pra haver punição antes disso”, acrescentou.

Nesta sexta-feira (22), o reitor se reúne com a cúpula regional da CGU, para definir um cronograma de implantação do ponto biométrico. O sistema em alguns setores do HC – como os em que há plantão hospitalar -, mas a intenção da reitoria é expandir a biometria a toda a unidade. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – empresa pública cogestora do HC – deve injetar dinheiro para implantar o mecanismo. “Essas denúncias vão contribuir para acelerar essas providências”, avaliou Akel Sobrinho.

Investigações

Paralelamente, a UFPR anunciou que vai instaurar procedimentos administrativos disciplinares contra nove médicos indiciados. O décimo é contratado pela Fundação de Apoio da UFPR (Funpar), que deve instaurar uma investigação semelhante. As penas previstas variam desde uma simples repreensão até a exoneração dos servidores.

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Além disso, a reitoria determinou a abertura de uma sindicância para apurar eventuais falhas no controle de ponto. “Segundo a PF, haveria omissões nesse controle, então vamos investigar isso também, por meio da sindicância”, apontou o reitor.

Casos pontuais

Akel Sobrinho disse que recebeu com surpresa os desdobramentos da Operação São Lucas. Apesar de a PF ter sugerido que as fraudes eram “notórias” e disseminadas entre outros profissionais, o reitor disse que os “casos são pontuais”. Ele lembrou que o HC tem 360 médicos e o curso de medicina da UFPR conta com 291 professores.

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“Eu respeito a posição da PF, mas não é a nossa opinião. Confiamos na direção do HC e no rigor do cumprimento dos contratos. Várias denúncias que surgiram, foram apuradas. Mas a questão do cumprimento do trabalho diz respeito ao servidor. O servidor assume responsabilidade pelo cumprimento do contrato e a chefia, pelo controle”, apontou o reitor.