Aos poucos, a situação na capital volta ao normal

A chuva forte, acompanhada de vento e de muito granizo, durou cerca de duas horas e causou muita destruição. Casas foram destelhadas, carros tiveram pane elétrica, postes e árvores foram ao chão. Diversas ruas tiveram que ser interditadas devido a camadas de gelo de até cinqüenta centímetros que se acumulavam no asfalto.

Durante a manhã, cerca de dois mil moradores dos bairros do Pilarzinho, Santa Felicidade, Vista Alegre, Tanguá e Bacacheri ainda estavam sem energia elétrica. Quarenta e uma equipes da Copel, número duas vezes maior do que o verificado em dias normais, trabalhavam para que tudo voltasse ao normal.

Os bombeiros cuidavam principalmente do corte de árvores e galhos que caíram sobre casas, causando muitos prejuízos e assustando os moradores. Viaturas foram encaminhadas principalmente aos bairros Hugo Lange, Santa Felicidade, Mercês e Vista Alegre. Nas Mercês, as ruas que haviam sido interditadas devido ao gelo na última segunda-feira (Rosa Saporski, Desembargador Vieira Cavalcanti, Mamoré e Tenente João Gomes da Silva) estavam com fluxo normal de veículos.

Os aeroportos Afonso Pena, em São José dos Pinhais, e Bacacheri, em Curitiba, funcionaram normalmente. O serviços do pronto-socorro e do setor de internamentos do Hospital Cajuru, que haviam sido paralisados, também foram normalizados. No estabelecimento, apenas duas salas do centro cirúrgico continuavam interditadas por tempo indeterminado.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o vendaval deixou um saldo de quatro pessoas feridas, que se machucaram durante o desabamento de parte do teto do PolloShop, no bairro Alto da XV, e um morto, o adolescente Carlos Henrique Comunello Costa, de 16 anos, morador de Campo Comprido (zona oeste). O jovem morreu depois de cair em um córrego.

Venda de velas supera Finados

Nos últimos dias, as velas viraram artigo raro nos mercados e mercearias de determinados bairros de Curitiba. Devido ao vendaval que atingiu a cidade na tarde do último domingo, diversas regiões ficaram sem energia elétrica – algumas até a tarde de ontem – e os pacotes de velas praticamente sumiram das prateleiras.

Na mercearia Waimiri, na Vista Alegre, as velas acabaram na última segunda-feira. O proprietário, Estanislau Kasik, conta que vendeu mais do que em dia de finados. “Vendi duas caixas com cinqüenta pacotes cada e, depois que o produto acabou, muitas pessoas ainda apareceram querendo comprar”, lembra. “Se eu tivesse mais uma três caixas no estoque acho que teria vendido tudo.”

Nas Mercês, na mercearia Pegue Pague, ontem havia um único pacote do produto na prateleira. “Na segunda-feira faltou luz o dia todo em parte do bairro e muitas pessoas compraram velas. Em meu estabelecimento não chegou a faltar, mas foi por pouco”, comentou a proprietária, Lila Beal.

Em Santa Felicidade, a dona da mercearia Lucca, Lurdes Lucca Zen, efetuou a maior venda de velas dos últimos anos. Seu estabelecimento fica próximo a um cemitério, mas ela diz que nunca vendeu tanto como nos últimos dias. “Ainda bem que eu tinha caixas suficientes no estoque, pois muitas pessoas vieram procurar pelo produto, que geralmente não tem muita saída”, disse.

PolloShop e Condor divulgam notas

O shopping PolloShop e os supermercados Condor enviaram ontem a O Estado notas de esclarecimento sobre os transtornos provocados pelo temporal que atingiu Curitiba no domingo à tarde.

Diz a nota do PolloShop: “O Grupo PolloShop informa que a unidade do Alto da Quinze, localizada na Rua Camões, está funcionando normalmente desde as 16h de hoje (ontem). A unidade encerrou o atendimento ao cliente às 17h de domingo, após o início da chuva de granizo, justamente para manter a ordem e a segurança dentro do empreendimento. Do total de 237 lojas, apenas vinte tiveram parte de suas mercadorias molhadas. O PolloShop comunica também que durante o ocorrido houve mais susto dos clientes, por parte dos vazamentos, do que ocorrências maiores, como quebra de equipamentos, não havendo nenhuma pessoa ferida.

No fim da tarde de ontem (anteontem), a equipe de manutenção iniciou a recuperação do forro, objetivando causar o mínimo de transtornos possíveis para os seus clientes. Apenas quatro placas foram deslocadas da cobertura, causando vazamentos isolados. Hoje (ontem) pela manhã os lojistas fizeram o levantamento das mercadorias que foram atingidas pela água, e assim como o shopping, acionaram as seguradoras particulares, que estão resolvendo entre si cada caso individualmente.

Ressaltamos ainda que após a reabertura do empreendimento, o público voltou a freqüentar o shopping, e a unidade do Alto da Quinze registra excelente movimento até o presente momento.”

Agora, a nota do Condor: “A rede de supermercados Condor informa que o hipermercado localizado na Nilo Peçanha está funcionando normalmente desde as 8h da manhã de segunda-feira. A loja permaneceu fechada no domingo após o temporal, para a limpeza do local. Segundo a diretoria da Rede, a grande quantidade de granizo entupiu as calhas, o que ocasionou a queda de folhas de isopor que cobriam o teto do estabelecimento. Em decorrência disso, houve alagamento em alguns pontos da loja, mas nenhuma mercadoria foi atingida. Duas senhoras foram encaminhadas ao Hospital do Trabalhador, pois se encontravam em situação de susto e foram liberadas em seguida. Não houve qualquer prejuízo por conta da falta da energia elétrica, pois o sistema de geradores foi acionado para que os produtos não fossem danificados.”

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