Ano letivo já começou em 90% dos municípios do Paraná

Cerca de 90% dos municípios do Estado já iniciaram o ano letivo nos colégios estaduais. Na última segunda-feira, 118 cidades voltaram às aulas e ontem foi a vez de mais 239. O restante vai retomar as atividades até o dia 24 de fevereiro. A previsão de matrículas para este ano é de 1,3 milhão de alunos.

João Vítor, de 10 anos, estava ansioso mas apreensivo para o começo das aulas. Ele passou da quarta para a quinta série e teve que mudar de escola. Tinha medo de não encontrar nenhum amigo. “Mas achei gente que estudou comigo na primeira série. Conversamos bastante”, contou. Isabela Leite Comparem, 10, também não escondia a ansiedade: só ficou tranqüila quando soube que a irmã ia estudar na mesma sala. “Uma ajuda a outra”, explicou.

Mesmo com as aulas apenas começando tem gente que já está preocupado com as provas. Guilherme Hianki, 10, estava com medo de não conseguir passar de ano. “As matérias são mais difíceis do que na quarta”, explica. Mas nem tudo era aflição: ele estava gostando da troca de professores, já que cada um ministra uma disciplina diferente. Para Samanta Duarte Fagundes, experiente na 5º série, o ano que começa é uma nova chance para seguir em frente. “Desta vez vou passar”, prometeu.

Segundo a diretora do Colégio Estadual Professor Guido Straube, Sumar A. S. Ziothovski, o retorno às aulas foi calmo. Só uma disciplina estava sem professor, mas o problema já havia sido encaminhado à Secretária Estadual da Educação, que estaria resolvendo a situação. Ela diz que a novidade este ano será para os alunos do ensino noturno que vão passar a ter cinco aulas diárias e não mais quatro. Até o ano passado a carga horária que faltava era recompensada com projetos interdisciplinares. “Vai ficar pesado para os alunos que trabalham o dia todo. As aulas terminam às 23h10”, conta Sumar. Porém os professores gostaram, já que houve aumento na carga horária.

Problemas

Em algumas cidades do interior, houve problemas no início das aulas. Em Sarandi quatro turmas estão tendo que estudar em um shopping porque faltam salas de aula. Segundo a assessoria de comunicação da Secretária Estadual de Educação, o órgão está fazendo um levantamento da situação e procurando meios para resolver o problema.

Nesta semana, o secretário da Educação, Maurício Requião, que também responde pela superintendência do Fundepar, visitou escolas na Região Metropolitana de Curitiba e determinou rigor e rapidez para que se resolvam todas os problemas que prejudicam as aulas. Por determinação do governador Requião, verbas estão sendo liberadas para atender obras emergênciais.

Pais devem tomar cuidados

Com a volta às aulas muitos pais que não têm tempo de levar os filhos à escola acabam contratando serviços de vans e microônibus. Mas nesta hora é preciso tomar alguns cuidados para garantir que os pequenos transitem em segurança pela cidade. É importante observar se os condutores possuem licença para operar, o documento garante que os veículos são constantemente vistoriados e o motorista fez curso para trabalhar com este tipo de transporte.

Em Curitiba operam 890 veículos transportando crianças do ensino fundamental. Para entrarem em operação, os proprietários precisam vencer uma concorrência pública. O veículo é vistoriado, sendo verificado as condições de trafegar e dos equipamentos de segura. Entre eles o cinto que deve ser individual e de uso obrigatório. Além disso, a cada seis meses, eles passam por uma revisão.

Os motoristas também precisam passar por um curso de capacitação para atender esta clientela. O Serviço Nacional de Aprendizagem e Transporte (Senat) em parceria com a Urbs são responsáveis pelo curso. “Além de procedimentos de segurança os motoristas aprendem a legislação e como lidar com os pais e as crianças”, explica José Carlos. A reciclagem deve acontecer a cada três anos. Por enquanto não há previsão para a realização de novo concurso público já que a quantidade de veículos dá conta demanda atual. (EW)

Decreto limita transporte de alunos

Um decreto baixado na semana passada pelo prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, está desagradando empresas de transporte particular de estudantes universitários. De agora em diante, só as instituições de ensino podem contratar o serviço e não mais associações ou diretórios estudantis. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Não Regular em Caráter Contínuo Eventual e Turístico do Paraná (Sindivan-PR), Gilberto Felipe Daher, a medida vai prejudicar cerca de 5 mil estudantes que usam este tipo de atendimento.

Gilberto comenta que dificilmente as faculdades vão querer assumir a responsabilidade pelos contratos. Assim, os estudantes não teriam como utilizá-los. Ele questiona que as aulas terminam tarde da noite e os horários de ônibus são mais escassos. Aliado a isto, está a distância das instituições da casa dos alunos. “A maioria fica fora da área central de Curitiba e algumas estão até em outros municípios da Região Metropolitana”, afirma. Gilberto acrescenta que em conversas com a Urbs tiveram a resposta de que a norma foi baixada porque os transportadores estavam tirando passageiros do transporte coletivo.

De acordo com o gerente de Serviços de Táxi e Transporte Coletivo de Curitiba, José Carlos Gomes Pereira Filho, esta categoria de transporte não se encaixa como escolar, sendo classificada como um serviço de fretamento, por isso só pode ser contratada pelas universidades. Ele explica que a medida foi adotada para coibir a proliferação deste tipo de uso por outras pessoas, em diversas situações. Quanto a comodidade dos alunos, ele diz que existem horários especiais de ônibus na linhas que passam próximas às faculdades para atender às necessidades dos alunos. José Carlos comenta que a situação pode ser facilmente resolvida se os alunos negociarem com as faculdades.

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