Animais também sentem frio e precisam de cuidado

Com a chegada do frio aumentam os cuidados com os animais que vivem no Zoológico, Passeio Público e Museu de História Natural, em Curitiba. Algumas espécies são originárias de lugares com temperaturas elevadas durante todo o ano e podem ser acometidos por doenças respiratórias quando o frio chega. Os mais sensíveis são os de pequeno porte, como as aves, pequenos primatas e répteis.

Há 10 anos, alguns cuidados começaram a ser tomados para proteger os animais do frio. As aves estão entre os bichos mais sensíveis. As gaiolas, que não possuem uma parte interna, recebem a proteção de um plástico para evitar a ação do vento. No entanto, por ser fosco, precisa ser trocado com freqüência. As pessoas rasgam para ver os bichos.

Segundo a diretora do Departamento de Zoológicos, Ana Silvia Passerino, depois que os procedimentos foram adotados diminuiu, consideravelmente, o número de aves com doenças respiratórias. Entre as que ganham a atenção especial no inverno está o pavãozinho do Pará, os papagaios e periquitos. Já os tucanos estão entre as aves bem adaptadas e enfrentam sem dificuldades a queda de temperatura.

Os pequenos primatas também contam com um lugar mais quentinho. As gaiolas recebem uma proteção com o plástico e uma casinha aquecida com uma lâmpada. No entanto, os macacos-aranhas, naturais da região amazônica, não querem saber da casa. Preferem passar as noites compartilhando o mesmo galho.

Para os répteis, não há muita diferença quando chega o inverno. Mesmo no verão eles são mantidos a uma temperatura de 26ºC. São usados aquecedores e lâmpadas e até as pedras são aquecidas. Entre eles, cobras e iguanas. Já os jabutis têm acesso a uma casinha e podem se esconder embaixo de folhas de árvores. Os jacarés preferem ficar no fundo do fosso, onde a água é mais quente.

Entre os animais de grande porte os procedimentos não são necessários. Os únicos que têm atendimento diferenciado são os chimpanzés, que ganham aquecedores e até cobertores. “Só temos que cuidar para que quando saiam de manhã não fiquem resfriados”, fala Ana Silvia. Embora o camelo seja de clima quente, ele se adapta bem ao inverno porque no deserto as temperaturas caem muito durante a noite. Todos esses animais têm um abrigo. As três instituições juntas tem cerca de 2,5 mil animais.

Tráfico de animais

Esta semana o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) em Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, fez a transferência de 21 animais para criadouros comerciais e conservacionistas, e também para um zoológico em Santa Catarina. Entre eles papagaios, araras, tucanos e iguanas.

Para o Cetas, vão todos os animais apreendidos na região de Curitiba. Lá eles passam por uma avaliação médica e recebem tratamento. Dependendo do seu comportamento, são reintegrados à natureza ou mantidos em cativeiro.

Segundo a coordenadora de fauna do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Cosette Xavier da Silva, são apreendidos cerca de 150 animais por mês . A maior parte são aves. Geralmente, as pessoas não têm certificado de origem dos bichos, além de cometer maus tratos. Os mais comuns são gaiolas sujas e comida e água de vários dias.

As multas podem variar entre R$ 500 e R$ 5 mil por animal. Cosette recomenda que a população entre em contato com o Ibama antes de adquirir um animal, evitando colaborar com o tráfico de animais.

Voltar ao topo