Angelina Caron se torna referência em transplante

Existem 275 pacientes no Paraná esperando por um transplante de fígado. Cerca de 40% podem morrer na fila. Da população mundial, 6% sofrem de diabetes e a metade precisa de transplante. Pensando nessas estatísticas, o Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, investiu maciçamente nessa área. A partir de janeiro de 2001, tornou-se referência para o resto do País nesse tipo de operação. As técnicas usadas nos transplantes duplos de rim e pâncreas, fígado e do coração são as mais modernas da medicina.

O médico João Eduardo Leal Nicoluzzi, que se especializou em Paris, explica que um dos fatores que contribuíram para o sucesso da cirurgia e da recuperação foi a técnica aplicada. Uma das diferenças mais significativas, entre o modo antigo e o usado no hospital, é que o paciente recebe apenas três unidades de sangue de 800 ml ou 1.200 ml. Em outras técnicas, o doente transplantado chega a receber de vinte a quarenta unidades. Isso significa trocar todo o sangue do corpo pelo menos três vezes.

O médico explica que esta diferença é fundamental no pós-operatório. “Às vezes, o paciente acaba morrendo devido às infecções que ocorrem, não devido à cirurgia”, conta. Segundo ele, com o novo método, quase não há riscos de infecções e complicações pulmonares e renais. O tempo de internamento também diminui. “Não podemos sair trocando sangue assim. Se a quantidade é muito grande, o organismo apresenta algumas reações.”

Números

O hospital já realizou dez transplantes de pâncreas e rins. No País, o Angelina Caron e outros dois hospitais realizam o procedimento. A cirurgia é indicada para portadores de diabete e de insuficiência renal crônica. A grande vantagem é que o paciente consegue a cura logo após a operação.

O tratamento no pós-operatório também é fundamental para a recuperação do paciente. O Angelina Caron passou três anos investindo em equipamentos cirúrgicos e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além disso, uma equipe multidisciplinar faz um acompanhamento, atendendo todas as necessidades dos transplantados. “Estamos conseguindo que 70% dos pacientes saiam do hospital sem ter passado por complicação. Acima de 50% já é o ideal. Estamos nos nivelando aos centros norte-americanos e europeus”, comenta o médico Mauro Roberto Duarte Monteiro.

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