Amizade ameniza a dor e o luto

Há exato um ano, os ?Amigos Solidários na Dor e no Luto? se reúnem, às terças, das 19h às 21h, na Igreja Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba, com um único objetivo: trabalhar e compartilhar a perda de um ente querido. Segundo a coordenadora do grupo, Marisa Cremer, o trabalho é de utilidade pública e, muito além disso, é um apoio que, de fato, as pessoas que passam por essa situação precisam.

Após a morte do filho André, no mesmo acidente aéreo que vitimou o ex-deputado José Carlos Martinez, Marisa começou a se interessar e estudar a fundo o tema da morte e do luto. ?Eu fiquei sabendo pela televisão. Naquele minuto eu pedi ajuda e energia a Deus porque percebi que não sabia lidar com a morte, muito menos a do meu filho. Por mais que a gente saiba que a morte faz parte da vida, mas sempre é na casa do vizinho, nunca na nossa?, comenta.

Marisa não apenas buscou apoio nos livros, mas também buscou a força espiritual para poder ?dar conta do recado?. Um dos apoios que ela encontrou foi o do frei Alvadí Marmentini, que após acompanhar toda a história e o sofrimento dela, a convidou para coordenar o grupo temático na igreja. ?Ele, além de acompanhar minha história, viu que tinha muita gente que o procurava na mesma situação. É uma terapia de grupo. Não sou profissional no assunto, minha única bagagem é a experiência. Minha atuação no grupo é fazer as pessoas falarem, pois quanto mais você falar e repetir, mais você acredita que aquilo aconteceu?, afirma Marisa.

Segundo ela, quando as pessoas interiorizam toda a dor de uma perda, geralmente elas ficam doentes, esquecem as demais pessoas que ficam e acabam deixando a vida de lado. ?Quando perdemos alguém, em um primeiro tempo a gente se sente protegida e amparada por pessoas à nossa volta. Depois ficamos sozinhos com a nossa dor e é aí que temos que trabalhá-la?, explica Marisa.

Ela comenta que as pessoas chegam procurando uma fórmula mágica para aliviar essa dor, que não existe. 80% das pessoas que procuram o grupo chegam bastante revoltadas ainda com a perda. ?Cada um vai achar o seu caminho e elaborar, à sua maneira, essa nova realidade. É preciso fé e coragem para agüentar. A coisa vai acontecendo, não existe técnica. O importante é não parar de procurar o que conforta e faz bem. A força está na gente mesmo?, orienta.

Serviço:

Informações sobre o ?Amigos Solidários na Dor e no Luto? podem ser obtidas no site www.ocapuchinho.com.br ou pelo telefone (41) 3335-5752. 

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