Ambulantes garantem vendas na praia

Ao mesmo tempo em que é árduo, também tem suas vantagens o trabalho dos ambulantes no litoral do Paraná. Nas areias da praia, muitos aproveitam a temporada para tirar o sustento do resto do ano. Alguns são moradores locais, outros vêm de muito longe para vender desde enxoval até acessórios, vestuário e alimento. O serviço é uma facilidade para os veranistas, que não precisam deixar o espaço para comprar o que precisam. Já para os vendedores, a atividade é uma maneira rápida de conseguir engordar a renda. Talvez com um lucro que não teriam nos demais meses do ano.

Depois de viajar com a família mais de 1,2 mil quilômetros em dois dias, partindo de Caldas Novas (GO), Divina Borges, de 40 anos, chegou em Guaratuba há um mês. Pelo menos até o próximo dia 6, ela ficará vendendo na praia as toalhas feitas em Fortaleza. ?Tem vez que a gente anda o dia inteiro. É pesado andar na areia e também pesa essa bolsa. Mas a gente se diverte também. É bom ver as pessoas, o movimento?, conta Divina.

A família faz isso todo ano, pelo menos há oito anos. Como conta Divina, a geração anterior da família já trabalhava como ambulante no litoral. ?Faz tempo que a gente vem para cá para vender toalhas. Durante o ano, em Caldas Novas, a gente trabalha com outras atividades. De doméstica, também fazemos vassoura para vender ou cortamos lenha para as fábricas de doce?, comenta. A comerciante, que fica vendendo das 6h até as 18h, espera tirar nesta temporada um lucro de R$ 700.

Salgados

Selma de Andrade, 42 anos, é de Guaratuba mesmo. Há 20 anos, ela vende salgadinhos na praia. ?Tem risoles de carne e camarão, coxinha de frango. É o melhor salgado do litoral?, conta sorridente, a comerciante. Assim como ela, as duas filhas e uma sobrinha trabalham no verão. Porém, ela conta que as mais novas não têm tanto pique quanto ela. ?Eu acho muito legal. Pego os salgados da minha patroa e saio de casa para vender às 9h30 e fico andando de canto a canto da praia o dia todo?, comenta.

Em quinze dias, ela já juntou R$ 1 mil. ?O nosso lucro depende do nosso pique. Eu nem preciso oferecer. Os turistas já conhecem e me chamam?, diz ela. Selma vai trabalhar até o dia 10 de fevereiro. ?Até não ter mais veranista?, completa. Durante os demais meses do ano, Selma não trabalha fora, apenas cuida da casa. O que ela conseguir juntar agora será o sustento até a próxima temporada. Assim como as duas, estão cadastrados 247 vendedores ambulantes que trabalham nas praias de Guaratuba.

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