Cerca de 100 estudantes da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar) protestam ontem contra problemas na administração da instituição, cuja mantenedora, a Sociedade Evangélica Beneficiente de Curitiba (SEB), administra também o Hospital Universitário Evangélico. A passeata, que começou em frente à Fepar e seguiu até a sede da SEB, na Rua Augusto Stelfeld, foi organizada por estudantes dos cursos de Medicina, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia e Medicina Veterinária.

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De acordo com um estudante do 7.º período do curso de Medicina, que preferiu não se identificar, o aumento das mensalidades para o próximo ano letivo em 25% e o atraso recorrente no pagamento dos salários de professores e colaboradores culminaram no protesto.

“Estamos insatisfeitos com a Sociedade Evangélica Beneficente. Já nos reunimos com o Ministério Público e estamos cientes do que vem acontecendo com o hospital. Tratam-se de problemas crônicos de má administração. O aumento das mensalidades é um problema pontual, pois como não há separação entre as contas do hospital e da faculdade, esse aumento de 25% vai para o buraco negro da administração da SEB”, explicou o estudante.

O movimento estudantil elaborou uma carta ao presidente da SEB, o presbítero João Jaime Nunes Ferreira. No documento constam as reivindicações do grupo, organizadas em três frentes principais. A primeira compete à formação universitária, que estaria prejudicada pela infraestrutura deficiente da Fepar e do hospital.

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A segunda diz respeito às práticas acadêmicas os dois últimos anos de Medicina são de Internato, ou seja, de aulas práticas, que deveriam acontecer no hospital mas, devido à situação da unidade, os alunos não têm tido essas aulas. Por fim, os estudantes também apoiam os grupos sindicais de colaboradores do hospital e professores da faculdade, que estão com os salários atrasados.

Liminar

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O Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (Sinpes) obteve uma liminar que determina que a Fepar abra uma conta corrente específica para o depósito de todas as mensalidades e taxas pagas pelos alunos. Os valores depositados serão utilizados prioritariamente para pagamento dos professores e demais funcionários.

O pedido de liminar foi deferido pela juíza titular da 5.ª Vara do Trabalho de Curitiba, Audrey Mach. Caso a decisão não seja respeitada, a Fepar será multada em R$ 1 mil por dia de atraso por professor e a R$ 10 mil por dia de atraso na abertura da conta.

Segundo o Sinpes, nenhum trabalhador da Fepar recebeu até agora a primeira parcela do décimo terceiro salário, que deveria ser paga até a última sexta-feira. O sindicato afirma que, antes do deferimento da liminar, eram mínimas as possibilidades de os salários de novembro e a segunda parcela do décimo terceiro, que devem ser pagos nos próximos dias 5 e 20 de dezembro, respectivamente, serem quitados ainda este ano.