A frase da supervisora dos projetos Piá do Cajuru (zona leste de Curitiba), Alzenir de Fátima Santos, foi a deixa para que a criançada soltasse a voz, ontem, na Escola Omar Sabbag. Ela disse que, ao assistir ao 6.º Show de Talentos da Regional Cajuru, a garotada poderia assoviar, aplaudir e demonstrar todo o entusiasmo quando os colegas pisassem no palco. E foi o que eles fizeram.
Os alunos da unidade do Piá Santo Antônio abriram a festa. Dançaram bonito o cacuriá, dança típica do Maranhão. No começo, a turma estava um pouco inibida mas, aos poucos, o som da percussão feito pelos meninos e das passadas fortes das meninas contagiou a platéia. A dança de roda entusiasmou até mesmo as educadoras dos outros Piás, que fizeram questão de bater palmas no ritmo da música. A idéia de trazer algo diferente foi da estagiária Gisele Henning. “Conhecia essa dança de roda pelas apresentações do Grupo Mundaréu e achei interessante trazer outra cultura para o show”, conta.
O Piá Vila Oficinas estava muito bem representado. Tanto no palco quanto na platéia. Sentadinhos (mas sempre que uma apresentação era mais empolgante, a cadeira ficava vazia), Eduardo da Costa, 11, Luiz Henrique Santos, 11, e João Guilherme Correia, 10, torciam para que sua turma fosse bem representada no palco. Gostaram de todas as apresentações. Mas preferiram a do Piá Trindade, que trouxe um grupo de street dance. “É muito bacana essa dança, mas não sei dançar desse jeito, não”, dizia Eduardo. “Tenho vergonha.”
Antes da apresentação da turma da Vila Oficinas, Majuriê Aline Perine, 11, também disse que tinha vergonha de dançar. Mas foi só entrar no palco, vestida de baiana e sambando em frente a colegas vestidos de coqueiros que a menina esqueceu logo da timidez. “É muito gostoso participar de uma apresentação dessas”, disse. “A gente pode mostrar o que sabe fazer e ainda vemos muitas coisas diferentes, trazidas pelos nossos colegas.” A turma dela fez uma crônica a partir da música País Tropical, de Jorge Ben Jor. Pelo palco desfilaram crianças representando a fauna e a flora, turistas encantados com as belezas do país pentacampeão do mundo, e de personagens de Monteiro Lobato. “É essa alegria que mais entusiasma a continuar um projeto como esse”, disse Alzenir, no fim da apresentação.