No Colégio Estadual Dom Orione, em Curitiba, estudantes aprendem sobre história e cultura afro-brasileira de forma inovadora através do “Canteiro de Africanidades”. Trata-se de uma horta dedicada ao cultivo de produtos de origem africana, como café, melancia, lavanda e guiné, construída no alto de um barranco dentro da escola.
O projeto, coordenado pelo professor de Filosofia e Sociologia Jeferson da Costa Vaz, ocorre no contraturno escolar e envolve o cuidado diário com as plantas. O objetivo é trabalhar na prática as leis que tornam obrigatório o ensino da história e cultura dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas nas escolas brasileiras.
“Quando conseguimos levar a história e a cultura afro-brasileira e indígena para outros campos do conhecimento, percebemos o quanto essas culturas estão presentes no nosso cotidiano, muitas vezes de forma invisibilizada”, destaca o professor Vaz.
O engajamento dos alunos é um ponto forte da iniciativa. Enzo Fidelis e Gabriela Woss, ambos de 16 anos, comentam sobre a importância do projeto. “É muito interessante, porque hoje a maioria das pessoas está tão desconectada da natureza. Plantar não é só cultivar algo, é lidar com memória, cultura e história de um povo”, diz Enzo.
Além da horta, o projeto se estende para a criação de uma agrofloresta escolar, com o plantio de árvores e hortaliças. A proposta é que o sistema se retroalimente de maneira natural, seguindo os conhecimentos dos povos originários.
A Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) tem desenvolvido diversas ações voltadas à educação étnico-racial, como formação continuada de professores, produção de materiais educativos e campanhas de autodeclaração dos estudantes.



