Estudo

Alerta de dengue em quatro municípios do Estado

O Ministério da Saúde colocou quatro cidades paranaenses em alerta em relação à dengue: Foz do Iguaçu, Guaíra, Maringá e Paranavaí. Nesses municípios, o índice de infestação de larvas do mosquito Aedes aegypti foi superior a 1%.

A situação é mais grave em Paranavaí. O estudo mostrou a presença das larvas em 2,9% das casas avaliadas. Os dados fazem parte do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), divulgado ontem.

As informações foram coletadas em 161 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, entre outubro e a primeira quinzena de novembro. Entre as 11 cidades paranaenses estudadas, o problema apareceu em quatro delas. Foz do Iguaçu tem índice de 1,3%; Guaíra, 1,8%, e Maringá, 1%.

Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), José Lúcio dos Santos, a situação no Paraná até o momento era tranqüila.

Em 2007, foram registrados 24.581 casos de dengue, contra 752 deste ano. Mas ele diz que a partir de agora isso muda porque, na primavera e no verão, a chuva e o calor aumentam as condições de proliferação do mosquito.

Na semana passada, houve um encontro com as 22 regionais de saúde e municípios reforçando a necessidade de intensificar os trabalhos de combate à doença.

O superintendente destaca ainda a importância da participação da população. Cerca de 56% dos criadouros são referentes a lixo acumulado no meio ambiente, como garrafas e latinhas; outros 7% são pneus. Se esses materiais fossem reciclados, boa parte do problema poderia ser evitada.

A população também pode ajudar evitando o acúmulo de água. Recipientes como vasos de plantas e bebedouros de animais respondem por 15% dos focos do mosquito; calhas, lajes e ralos, por 12%.

Em Maringá, o secretário municipal da Saúde, Antonio Nardi, diz que o trabalho de combate à doença já foi intensificado. Segundo ele, em agosto o índice na cidade era de 0,2%. Mas, nos dias que antecederam a coleta das amostras, choveu muito, o que dificultou o trabalho de combate ao mosquito.

“Porém, até dezembro, quando acontece o dia nacional de combate à dengue, queremos estar fora da área de risco”, disse. Este ano a cidade registrou 55 casos da doença, bem menos do que em 2007: cerca de 5,6 mil casos.

O LIRAa foi implantado em 2004. Os agentes identificam os criadouros, coletam amostras de larva e encaminham para análise em laboratório para verificar se são do Aedes aegypti.

Se o índice de infestação é menor que 1% significa que o município está em condições satisfatórias. Entre 1% e 3,9%, a situação é de alerta; superior a 4%, aponta risco de surto de dengue.