Um grupo de cem pessoas invadiu, na madrugada de ontem, uma área da Fazenda Araupel, a 15 quilômetros de Quedas do Iguaçu, no Sudoeste do Paraná. O local faz parte de uma área de reflorestamento de pinus, de onde é feita extração de madeira.

Os invasores, que se instalaram no alojamento dos funcionários, não têm ligação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo funcionários da Araupel, seriam agricultores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quedas do Iguaçu.

De acordo com informações de funcionários da fazenda, o grupo de invasores chegou no local de carro, por volta da meia-noite, quando apenas um vigia estava no local. As pessoas se instalaram no alojamento. O grupo seria formado por agricultores que moram na região da Araupel, alguns deles conhecidos dos funcionários. Empregados da Araupel acreditam que o objetivo da ocupação seria chamar a atenção das autoridades para o problema da reforma agrária.

A Polícia Militar está monitorando a fazenda e confirmou que até ontem à tarde nenhum conflito havia sido registrado. Apesar da invasão, os funcionários garantem que o trabalho da empresa não foi suspenso no final de semana. Isso pode ocorrer, no entanto, caso o grupo decida permanecer na área. A empresa já entrou com uma medida judicial para a retirada das pessoas, e na segunda-feira, diretores da empresa tentarão um encontro com representantes da Secretaria Estadual de Segurança Pública e do Incra para tentar resolver a questão.

O coordenador do MST no Paraná José Damaceno confirmou que o movimento não tem nenhuma ligação com o fato. Ele disse que a mobilização de outros grupos em prol da reforma agrária é válida. “Não queremos o monopólio da reforma”. Porém Damaceno ressaltou que o surgimento de oportunistas, que manipulam a população com interesses próprios, preocupa. Segundo ele, os conflitos envolvendo a Araupel podem ter ligação com pessoas mal-intencionadas. “Se a mobilização não for séria, nós somos contra”, afirmou.

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