Adolescente brasileiro valoriza papel da família

Os adolescentes do País ganharam voz ontem com a divulgação de uma pesquisa lançada pelo Unicef em São Paulo. Em todo o País foram entrevistados 5.280 adolescentes. Eles falaram o que pensam sobre a família, escola, trabalho, política, sexo entre outros assuntos. Ao contrário do que possa parecer, esses jovens acham que a família tem um papel fundamental na sua formação: 85% dos entrevistados afirmam que ela é a instituição com maior responsabilidade pela garantia dos seus direitos e por seu bem-estar.

Além disso, 70% dos adolescentes dizem que sentem-se mais felizes na companhia da familiares e brigas em casa são motivos para ficar infeliz para 61% deles e 84% aprovam a maneira pela qual os pais os corrigem.

Os portões e muros das escolas não são mais a garantia de um espaço seguro e agradável para os estudos. Pelo menos é o que pensam 61% deles. Além disso, 67% não consideram boas as salas de aula e o pátio. Já a relação com os professores não é considerada ruim, 49% acham boa e 33% normal. Só 8% pensam que falta diálogo.

Mesmo com a série de problemas que a escola enfrenta, grande parte (76%) reconhece que ela é fundamental para a vida profissional, embora 57% tenham revelado que gostariam que as aulas ajudassem a compreender melhor a sociedade em que vivem. Quanto à metodologia, a maioria afirma que se alternam “dias legais” e outros repetitivos. Dezessete por cento acham as aulas monótonas e centradas no professor e 13,7% reclamam da falte de qualificação dos docentes.

Estudo e trabalho

Muitos destes jovens dividem seu tempo entre a sala de aula e o trabalho. Os números comprovam que a atividade profissional, colabora para afastá-los da escola. Dezessete por cento dos que trabalham já desistiram pelo menos uma vez de estudar, enquanto o índice de desistência entre os que só estudam é deu 9%.

Apesar disso, 62% dos que atuam no mercado de trabalho consideram que a atividade não prejudica os estudos. Mas 33% gostariam de não estar trabalhando para se dedicar mais a escola.

Futuro

Quanto ao futuro eles revelaram ter uma boa expectativa de vida: 59% acham que a sua vida será melhor que a de seus pais e só 4% pensam que será pior. Oitenta por cento dizem ter um sonho, o mais freqüente é a profissão. Já para o País as perspectivas não são tão unânimes. 28% acham que o Brasil está avançando na qualidade de vida. 27% que a situação está ficando pior e 26% que no futuro ela será igual a de hoje.

Sexo

Entre os adolescentes que já tiveram a primeira relação sexual 51% afirmam usar a camisinha sempre. A família e a escola foram consideradas fontes importantes e esclarecedoras sobre a sexualidade: 54% afirmam conversar sobre sexo em casa e 48% tem a escola como fonte. Postos de saúde, amigos e mídia também foram citados como fonte de informação, mas em menor grau.

Pobreza e violência

Dos 86% que acham o Brasil um país violento, 38% justificaram a opinião em função dos seqüestros, assassinatos, estupros, índice de criminalidade e outras evidências, mas 12% explicam que acham o país violento devido causas econômicas, sociais e políticas.

Para diminuir a violência e a pobreza, 42% afirmam que o governo deveria gerar mais emprego e 23% desenvolver ações na área social.

Política

Enquanto 45% dos adolescentes consideram importantes os partidos políticos, para outros 36%, essas instiutições não têm a menor relevância. Menos da metade dos jovens que têm 16 e 17 anos (voto facultativo) já tiraram o título de eleitor. Dos jovens que podem votar, 41,3% disseram que não participam das eleições de governantes porque acham que ainda não têm idade e só 20,1% dos entrevistados disseram que participam das eleições votando.

Voltar ao topo