Administrador da Funai e adjunto são exonerados

O Ministério da Justiça exonerou ontem o administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Paraná e em Santa Catarina, Getúlio Gomes da Silva, e seu adjunto, Brasílio Priprá. A exoneração deve ser publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira. A decisão aconteceu um dia depois de anunciado o afastamento de Silva e Priprá, por parte da presidência da Funai, em Brasília.

“A exoneração não é apenas em função das denúncias de irregularidades, mas para pacificar os ânimos”, informou ontem a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, acrescentando que a meta é apurar as supostas irregularidades denunciadas pelos índios. “A Funai está cumprindo o seu papel, de zelar pelo bem-estar das tribos indígenas.”

Na segunda-feira, chega a Curitiba o interventor da regional: Glênio Alvarez, ex-presidente da Funai. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, o interventor deverá apurar as denúncias, sanear administrativamente os problemas e, num segundo momento, nomear uma segunda pessoa para o cargo. É que Alvarez é o atual administrador regional da Funai em Passo Fundo (RS).

O comunicado oficial sobre a exoneração só deve chegar aos índios na segunda-feira. Até lá, eles deverão permanecer no prédio da Funai em Curitiba, ocupado por cerca de 30 índios desde a última quarta-feira.

Polícia Federal

Na tarde de ontem uma comissão de indígenas foi até a sede da Polícia Federal para prestar depoimentos. No último dia 11, eles entregaram tanto à Polícia Federal como ao Ministério Público Federal uma série de documentos com denúncias envolvendo o administrador e o auxiliar.

Segundo o delegado da PF Rogério Pereira, que ouviu os depoimentos dos índios, um relatório já foi encaminhado ontem a Brasília. “Foi solicitado um requerimento para instauração de inquérito policial, mas a gente não sabe se vai ser através da Polícia Federal do Paraná ou de Santa Catarina, já que as ocorrências foram lá”, explicou o delegado. Segundo ele, até agora apenas os índios prestaram depoimentos. O ex-administrador da regional, Getúlio Gomes da Silva, ainda não foi ouvido.

De acordo com o advogado Carlos de Paula, presidente do Grupo de Apoio aos Povos Oprimidos (Gapo) – e que representa os índios -, as denúncias se referem à improbidade administrativa, extração e transporte ilegal de palmito com a utilização de veículos oficiais, além de atitudes de hostilidade e preconceito contra os índios.

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