Adiada reunião sobre transporte coletivo

Foi adiada a mesa-redonda marcada para ontem, na Delegacia Regional do Trabalho (DRT/PR), para discutir o acordo trabalhista do sistema de transporte coletivo de Curitiba. Como o governo do Estado não confirmou presença, o chefe de relações de trabalho da DRT/PR, Luiz Fernando Fávaro Busnardo, cancelou a reunião, que a princípio deve ser realizada amanhã, às 10h. A negociação entre trabalhadores e patrões continua emperrada, porque os empresários alegam que só podem corrigir os salários com a garantia de que as tarifas serão reajustadas.

A Urbs, gerenciadora do transporte coletivo em Curitiba, concorda com a alteração do preço da passagem, que passaria de R$ 1,50 a R$ 1,70, em função da negociação salarial e da defasagem do preço do diesel. Porém a Comec (Coordenadoria da Região Metropolitana) ainda não se posicionou sobre a possibilidade de alta. Segundo o secretário especial de Assuntos da Região Metropolitana, Edson Strapasson, a questão será analisada com cautela. “A Urbs, de início, queria atropelar as coisas e já estabelecer uma data para o aumento, mas ainda estamos avaliando a sistemática de cálculo”, disse.

De acordo com o secretário, “o Estado quer estabelecer o equilíbrio econômico do sistema, mantendo custos operacionais mínimos. Não há como exigir que a empresa trabalhe no vermelho, mas precisamos saber como está a margem de lucro delas”. Strapasson informou que a decisão será tomada junto com o governador Roberto Requião. “Só vamos dar o reajuste quando tivermos certeza de que é imprescindível para a manutenção do sistema”, reforçou.

“Não temos interesse de estabelecer um confronto entre Estado e Urbs, nem de se envolver na briga de trabalhadores e patrões”, declarou Strapasson. Ele confirmou que recebeu planilhas da Urbs com a proposta de aumento de 13,3% nas tarifas do sistema integrado, mas disse que não recebeu nenhum ofício solicitando o aumento, como previsto no convênio. O secretário explicou que o presidente da Comec, Alcidino Bittencourt, não participou das reuniões na DRT/PR porque sua nomeação ainda não saiu, e, portanto, ele não poderia responder oficialmente pelo órgão.

Decisão

Ontem de manhã, o Tribunal Regional do Trabalho garantiu a data-base da categoria, atendendo solicitação do Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana”. “Isso significa que qualquer acordo será retroativo a primeiro de fevereiro”, explicou o presidente do Sindimoc, Denilson Pires. Ele assegurou que não haverá paralisação do transporte coletivo antes da próxima reunião na DRT.

Também ontem, os seis vereadores do PT encaminharam pedido ao presidente da casa, João Cláudio Derosso, para que o presidente da Urbs, Fric Kerin, compareça à Câmara Municipal em sessão extraordinária antes da definição do aumento.

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