Acordo oficializa fim da greve do transporte

Está encerrada a greve do transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana. O acordo entre o Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de Passageiros (Sindimoc) e o sindicato patronal foi oficializado ontem no Ministério Público do Trabalho (MPT), após a apuração dos votos dos motoristas e cobradores para decidirem sobre os 5% de reajuste ou ajuizar o dissídio coletivo. O resultado saiu às 16h30: dos 2.200 votantes, 1.830 (83,18%) foram a favor da proposta de reajuste e somente 314 contra, ou seja, defendiam a intervenção judicial.

Nas 23 urnas da consulta à categoria, distribuídas pelo Sindicimoc nas empresas, foram depositadas as cédulas com as duas opções de voto. A primeira proposta incluía reajuste salarial de 5%, com garantia de manutenção de seis horas de trabalho, anuênio, plano médico, seguro de vida, cesta básica e proposta do sindicato patronal. Já a proposta dois trazia o dissídio coletivo, ajuizado pelo MPT, com expectativa de INPC (de nove meses) de 2,7%. A votação começou na noite da última quarta-feira e terminou ao meio-dia de ontem. A apuração começou às 15h15.

O presidente do Sindimoc, Denilson Pires, nega que o desfecho já teria sido acertado na quarta-feira com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). ?Não tinha o que esperar dessa votação. O que aconteceu foi que ligamos para saber se a proposta ainda estava de pé para poder fazer essa consulta. Na quarta, a única alternativa era o dissídio?, explica.

Desfecho

No final da tarde de ontem, depois de muita ?indecisão?, Pires declarou oficialmente o fim da greve. ?A greve acabou por parte do Sindimoc. Nós fizemos o acordo, que vai ser elaborado a partir de amanhã (hoje)?, afirma. Em relação à polêmica greve, o presidente da categoria admite que é preciso trabalhar a estratégia. ?Uma coisa eu aprendi: muitas vezes um número pequeno da categoria toma a decisão pelo total. A greve em si foi elaborada, mas faltou conscientizar um número maior de trabalhadores. Faltou uma experiência a mais?, admite Pires.

Reafirmando o final da paralisação, o presidente do Setransp, Rodrigo Corleto, diz ter saído satisfeito da reunião no MPT. ?Do ponto de vista da ordem pública, tudo certo quanto à normalização do sistema. Saímos satisfeitos da reunião hoje. Chegamos a um acordo de 5%, que vai sair do Fundo da Urbanização e Curitiba, mas ainda faltam alguns resquícios a serem negociados com eles (motoristas)?, afirma. Segundo Corleto, agora as empresas vão contabilizar os danos, já que mais de 200 carros foram avariados. ?Dessa greve, faço um balanço totalmente negativo. Só trouxe prejuízo para as empresas e a população. Um dia de paralisação significa muito para nós?, ressalta.

Urbs

Aliviado com o final do impasse, o presidente da Urbs, Paulo Schmidt, também comentou o efeito negativo da paralisação. ?Era importante esse desfecho judicial para a garantia da normalidade. No entanto, o desfecho dessa greve mostra que foi construída sobre um interesse. Essa proposta oficializada hoje (ontem) era a mais possível e sensata. Agora, durante a greve, sempre me perguntavam se havia alguma agenda oculta por trás. Eu disse que se houvesse, iria aparecer e o que se mostrou foi que a questão é política. Foi mostrado como a manipulação de alguns gera um grande prejuízo da cidade. Tudo para chegar na mesma proposta, dos 5%?, desabafa Schmidt.

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