Acordo evita novas ocupações de terras

Há um ano e meio, não há registro de novas ocupações de terra no Estado do Paraná e até o fim do ano esse quadro deve se manter. Essa opinião é comum entre o secretário-executivo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Gélson Oliveira, e o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, José Carlos de Araújo Vieira. A convergência de opiniões não é coincidência. O Incra, a CPT e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) não negam a existência de uma espécie de acordo, balizado pela assessoria de Assuntos Fundiários do governo do Paraná. “Existe um entendimento e um respeito de ambas as partes” explica o superintendente do Incra no estado. O entendimento a que Vieira se refere funciona de forma simples: O MST não ocupa e o governo não retira as famílias acampadas em ocupações enquanto o Incra não tiver providenciado áreas para assentamento.

“Não é fácil assim, pois temos de analisar questões ambientais para indicar locais próprios de assentamento para o governo federal, mas até o fim do ano pretendemos assentar as mais de 3 mil famílias que se dividem entre as fazendas ocupadas no Estado.”

Acordo à parte, o secretário-executivo da Pastoral não acredita na possibilidade de atingir essa meta. “Os assentamentos estão acontecendo muito lentamente”, diz Gélson. Segundo ele, existem atualmente cerca de 5 mil famílias nas ocupações e outras 300 mil famílias de sem-terra no Estado.

Histórico

A explicação para o atual momento de “paz” pode estar no período crítico pelo qual a questão fundiária passou no Paraná. “Há mais ou menos dois anos tivemos uma série de acontecimentos trágicos no campo, com incidentes violentos e mortes. Tudo isso culminou na instalação de um tribunal internacional no Estado, no qual o governo Lerner foi declarado culpado.” A situação limite, segundo Gélson, levou os governos estadual e federal a mudarem de postura em relação à questão da terra.

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