Abaixo-assinado contra muro na Palestina

Estão sendo coletadas em Curitiba e em outras cidades assinaturas contra a construção do muro que separa Israel e a Cisjordânia. O documento vai ser entregue ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, e em seguida para a Corte Internacional de Justiça do Tribunal de Haia, na Holanda. Segundo o vereador Paulo Salamuni, que integra a Liga Parlamentar Brasil-Árabe, em pleno século XXI não é possível que o mundo permita a construção de um muro que impõe sérias restrições econômicas e sociais a um povo.

O muro começou a ser erguido em junho de 2002. Segundo os israelenses, tem o objetivo de evitar ataques palestinos. O embaixador israelense na ONU afirma que desde 2000 foram registrados mais de 20 mil ataques contra israelenses. Mas o relator da ONU, John Dugard, que investiga as violações do direitos humanos na região declarou que a construção tem um caráter de aumento de território por parte dos israelenses.

Segundo Salamuni, os palestinos perderam 78% do território e agora Israel está querendo se apropriar de mais uma parte. “Fazendeiros não têm acesso às suas terras, estudantes às escolas e universidades e ainda uma população inteira aos recursos hídricos”, comenta. Segundo informações do vereador, hoje 380 mil cidadãos palestinos se encontram em total isolamento.

Com extensão prevista de 350 quilômetros, o muro deve abranger do norte ao sul de Israel, a chamada “linha verde” – limite imposto por Israel após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em certos lugares, o muro chegaria a altura de 8 metros e teria dispositivos eletrônicos capazes de detectar infiltrações, fossas antitanques e pontos de observação e patrulha.

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