920 mil não tomaram vacina contra a hepatite B

A Secretaria de Estado da Saúde alerta todos os jovens que ainda não tomaram as três doses da vacina contra a hepatite B para se dirigirem a qualquer um dos 1.908 postos de saúde do Paraná até o fim do ano. A vacina é gratuita e deve ser tomada por pessoas de até 19 anos. No Paraná, ainda há cerca de 920 mil jovens nessa faixa etária que não tomaram as três doses. A meta é vacinar todos até dezembro.

Os intervalos devem variar de um mês entre a primeira e segunda etapa a cinco meses entre a segunda e terceira etapa. “Quem perdeu alguma dessas etapas deve procurar as unidades de saúde para regularizar a rotina de vacinas”, diz a técnica responsável pela Vigilância das Hepatites Virais da Secretaria, Suzana Dal Rio Moreira.

Até 2001, somente crianças com idade entre um e 14 anos eram vacinadas contra hepatite B. A faixa etária foi ampliada no ano passado para pessoas com até 19 anos para ampliar a prevenção da doença, que tem formas de transmissão parecidas com as da Aids. A maioria das pessoas pega a doença quando está numa faixa etária entre 15 e 40 anos. “É quando a pessoa está em plena atividade e não se justifica interromper este processo por causa de uma doença que tem vacina disponível”, reforça Suzana.

Para a estudante do curso médio Rafaella Maria de Britto, de 15 anos, a vacina é muito importante. Ela não tomou as três doses da vacina e garante que vai procurar um posto de saúde ainda nesta semana. “A gente fica meio displicente nesta idade, mas a vacina é importante porque o risco de pegar hepatite é muito grande”, disse. “Agora que estou sabendo que são três doses, vou procurar um posto de vacinação.”

A Secretaria da Saúde fez parceria com a Secretaria de Estado da Educação para orientar os estudantes das 2.100 escolas estaduais a tomarem a vacina. A campanha conjunta começou em junho, antes das férias, e continuará após o retorno das aulas.

Hoje são mais de 300 milhões de pessoas portadoras do vírus da hepatite B no mundo. No Paraná são detectados anualmente pelos bancos de sangue de 20 mil a 30 mil novos doadores que foram infectados pelo vírus B, e destes 2 mil são portadores do vírus B. A maior concentração destes casos estão na região Oeste, nos municípios de Foz do Iguaçu, Toledo e Cascavel, e Sudoeste, em Francisco Beltrão e Pato Branco. No ano passado foram registrados 273 casos da hepatite B aguda no Paraná, contra 394 de 2001.

Doença

A hepatite B é uma doença que ataca o fígado e pode apresentar-se como hepatite aguda. Em 2002, 89 % dos casos de hepatite B aguda foram registrados em adultos maiores de 20 anos e 10% em jovens entre 1 a 19 anos. Em torno de 1% dos casos pode evoluir para forma fulminante, levando o paciente à morte.

A hepatite B é transmitida através do sangue, da saliva e materiais infectados, como agulhas e seringas. Os principais sintomas são febre, dores de cabeça, fraqueza, vômito, urina escura e fezes esbranquiçadas. Das pessoas infectadas, 5 a 10% desenvolvem a forma crônica da doença, permanecendo infectadas a vida inteira.

Com a persistência do vírus no fígado, parte das pessoas desenvolve a hepatite crônica ativa, sendo que 20% morrem por cirrose e 6% por câncer de fígado. Por medida de segurança, quem teve a doença fica impedido de doar sangue, mesmo depois de curado.

A vacina da hepatite B deve ser tomada em três etapas. Toma-se a primeira dose, um mês depois toma-se a segunda e cinco meses após, a terceira e última dose. Este esquema garante imunização à pessoa para o resto da vida. Quem já começou o esquema de vacinação e não terminou pode fazer isso agora.

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