400 moradores da Ilha do Mel têm dentista de graça

Mais de quatrocentos moradores da Ilha do Mel, em Paranaguá, foram beneficiados com o projeto Melzinho na Chupeta, criado pela ONG Balb (Bombinhas Ação Laços e Braços), com o objetivo de prevenir e tratar problemas odontológicos da população local. O projeto, que completou um ano em novembro de 2002, só foi viável devido a idealização e esforço do presidente da Balb, Elcy Arruda, e do casal de dentistas Carlos César Machado Justo e Karin Ermel, que decidiu morar na Ilha do Mel para tratar voluntariamente os moradores da região ? que, segundo eles, não tinham acesso aos serviços dentários.

“No início tivemos grande dificuldade”, lembra Carlos. “Quando chegamos na Ilha encontramos cerca de 95% das crianças nativas com cárie ? a metade delas em estado grave. Já os adultos tinham poucos ou nenhum dente. Foi um processo complicado.”

Como o trabalho é gratuito, o casal para sobreviver na Ilha conta com a ajuda da população que se responsabiliza com a alimentação e moradia. Mesmo sem conforto , Carlos e Karin afirmam estar satisfeitos com a vida que levam. “Usar nosso conhecimento para ajudar alguém que realmente precisa é uma sensação muito gratificante, que supera qualquer necessidade de luxo”, diz Karin.

Apesar do projeto ter apenas um ano, já conseguiu atender 227 adultos e 124 crianças da Ilha, que receberam desde simples restaurações até confecções de próteses e implantes. “No começo, o material para realizar o trabalho era adquirido por meio das “vaquinhas? feitas entre os moradores. Hoje temos a ajuda de algumas empresas”, comemora Carlos.

Entre as parcerias que o projeto tem estão o Conselho Regional de Odontologia, que paga o aluguel do consultório na Ilha, a primeira Vara Federal, que ajudou financeiramente revertendo algumas multas para o projeto, empresas da área odontológica como a Ultra e a Neodente, que estão fornecendo escovas de dente e implantes para as pessoas necessitadas e ainda O Estado, que vai reverter parte das suas assinaturas para contribuir com o projeto. “É bom lembrar que, no caso da ajuda do jornal, para que o dinheiro chegue ao projeto é preciso que o assinante diga que quer contribuir com o programa “Melzinho na chupeta?. Com isso, ele ajuda e não paga nada a mais por isso”, esclarece Karin.

Futuro

Segundo Carlos, a Ilha do Mel é a primeira etapa do projeto que pretende futuramente ser ampliada para as demais ilhas do Estado, onde a população também não tenha acesso a tratamentos dentários. “Daqui uns dois anos, quando o programa na Ilha do Mel já estiver andando com as próprias pernas, vamos começar o trabalho tudo de novo em outra ilha”, conclui Carlos Justo.

Serviço: Quem quiser contribuir basta ligar (41) 426-8008, falar com Carlos ou Karin, ou (41) 426-8037. Já para ajudar por meio da assinatura de O Estado, o telefone é 0800-41-5767.

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