Com o slogan ?Existe vida após a morte. Doe órgãos?, começou ontem a III Campanha Estadual de Divulgação, Conscientização e Esclarecimento sobre Doação de Órgãos e Tecidos do Paraná, com o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier, anunciando medidas complementares para aperfeiçoar o sistema de captação e transplante de órgãos. Em entrevista coletiva no Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, Xavier preferiu chamar a atenção para os 4.450 pacientes que aguardam doações de órgãos no Paraná, deixando em segundo plano o aumento de 22,8% no número de transplantes no ano passado, em relação a 2003. ?Nosso papel não é mostrar o que fizemos, mas sim o que ainda precisamos fazer para acabar com a fila de transplante?, disse.
Xavier afirmou que serão incrementadas campanhas de incentivo à doação de órgãos junto à população, motivando a discussão das famílias sobre a intenção de doar órgãos. ?O governo tem o papel de conscientizar que a autorização da família para a doação pode salvar vidas?, disse o secretário. Pela legislação atual quem decide sobre a doação é a família. Órgãos de um único doador podem salvar até 50 pessoas. Segundo o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Carlos Renato D?Ávila, as campanhas de conscientização, que começam nesta semana, serão feitas periodicamente.
De acordo com o secretário, serão tomadas também medidas administrativas e gerenciais para aumentar a notificação de morte encefálica e, por conseqüência, ampliar a captação, a doação e o número de transplantes. Ele assinou uma resolução que obriga os hospitais credenciados a notificarem todas as mortes encefálicas que ocorrerem à Central de Transplantes. Assim, equipes médicas poderão ser disponibilizadas, entrar em contato com a família do falecido e verificar a possibilidade de doação. Os hospitais têm o prazo de seis meses para fazer cumprir integralmente a resolução.
Outra ação prevista será a autorização para a criação de organizações de procura de órgãos e de córneas no Estado, que atuarão como mecanismos auxiliares de busca nas unidades de terapia intensiva e hospitais credenciados. Deve ser implementada também uma regulamentação estadual complementar, com o objetivo de otimizar o funcionamento das coordenações intra-hospitalares de transplantes.
A maior parte dos pacientes que aguardam doação precisa de rins (3.204 pacientes) e, em segundo lugar vêm aqueles que esperam por córneas (1.218).
