37 índios com malária no Oeste

A reserva indígena guarani Ocoí, localizada em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, já contabiliza 37 casos de malária este ano, segundo informações da 9.ª Regional da Saúde, vinculada à Secretaria Estadual da Saúde. Para a diretora da 9.ª Regional, Eliane Maria Pozzolo, a situação, apesar de preocupante, encontra-se estável no momento. “Desde o último dia 13, não registramos novos casos da doença. Isso significa que o surto está em nível descendente”, comenta. O primeiro caso diagnosticado na aldeia este ano, no dia 18 de fevereiro, foi importado. “Os índios têm irmãos tupi-guaranis no Paraguai, que se visitam. Não há como evitar a proliferação da doença.”

Eliane lembra que a malária não é restrita à aldeia indígena. Cidades do Oeste do Estado, como Foz do Iguaçu, Missal e Itaipulândia, também apresentam casos da doença. “A malária é endêmica nessa região”, lembra. Isso se deve, principalmente, à temperatura alta, que estimula a proliferação do mosquito Anopheles darlingi, transmissoras da malária. Além disso, por ser uma região de fronteira, por onde circulam pessoas de outros estados e países, faz o local ainda mais propício para o surto. Em conjunto com a secretaria Municipal de Saúde, a 9.ª Regional vem fazendo aborrifações nas habitações dos índios, na tentativa de eliminar o mosquito.

Para o administrador regional da Funai em Guarapuava, Francisco Eugênio dos Santos, que esteve ontem em Curitiba participando do seminário Paraná Indígena: Memória da Terra, “a malária preocupa, claro, mas não é novidade naquela região”. Na reserva Ocoí vivem 335 índios, segundo cálculos da Funai, e cerca de 600, conforme dados da 9.ª Regional da Saúde.

Estudo da Cohapar

O governador Jaime Lerner anunciou ontem, ao abrir o seminário “Paraná Indígena: Memória da Terra”, que já determinou à Cohapar estudos para suprir as necessidades das comunidades indígenas na área de habitação. “Vamos estudar junto com as comunidades indígenas a melhor solução”, afirmou. “O governo vai respeitar e procurar implantar o que for discutido como fundamental para a comunidade indígena”, disse o governador.

O seminário, que acontece até amanhã, no auditório Brasílio Itiberê, na Secretaria Estadual da Cultura, conta com a presença de 31 caciques, 105 professores bilíngües e 150 índios. (Lyrian Saiki e Agências)

Voltar ao topo