26 pontos do litoral paranaense estão impróprios para banho

O Paraná é o único Estado do país a sinalizar com barracas e orientar a população sobre os locais impróprios para banho existentes em seu litoral. A afirmação foi destaque no telejornal Bom Dia Brasil, exibido na última sexta-feira (4), e mostrou ainda, que os veranistas parecem ignorar a informação.

Para continuar garantindo a segurança das famílias que estão no litoral, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) pedem mais atenção nesta semana, quando o número de pontos impróprios para banho aumentou para 26, de acordo com o 4o boletim de balneabilidade divulgado, neste sábado (05).

De acordo com o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, dobrar o número de locais impróprios para banho neste período do ano já estava previsto pelos órgãos ambientais.

\"As coletas foram feitas no dia 31 de dezembro, quando 2 milhões de pessoas estavam no litoral. Além disso, neste mesmo dia ocorreram chuvas, causando a elevação do lençol freático, transbordando as fossas sépticas e atingindo mar\", explicou Rasca. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) divulga semanalmente os resultados das análises da balneabilidade em 43 pontos monitorados na orla, onde há maior fluxo de pessoas.

Impróprios

O maior aumento de pontos impróprios ocorreu no município de Guaratuba, com sete novos locais impróprios para banho. Os novos pontos estão na rua Frederico Nascimento, em Caieiras; na rua Espírito Santo, rua 29 de abril e 10 metros à esquerda do Morro do Cristo – na praia Central; rua Pedro Álvares Cabral, no Brejatuba; rua Reo Benet, no balneário Eliane e rua Costa Rica no balneário Nereidas. Em Matinhos e Pontal do Sul, dois novos pontos tornaram-se impróprios.

Na Ilha do Mel, o ponto localizado em frente à trilha do trapiche, na praia do Farol passou a ser impróprio para banho.

O presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, lembrou que os balneários onde houve mudança significativa no número de pontos impróprios são justamente àqueles com maior numero de veranistas durante o revellion. \"Isso significa que as fossas domésticas foram sobrecarregadas, ultrapassando a capacidade de conter os resíduos produzidos pelos veranistas\", ressaltou Burko.

Sinalização

O IAP sinaliza os locais impróprios para banho, desde o ano de 2004, com barracas vermelhas e azuis para os locais próprios. Em todas elas, técnicos e estagiários da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar) estão informando os veranistas sobre os riscos de tomar banho nos locais proibidos e como é feito o processo de análise da água.

Cada ponto impróprio representa 200 metros interditados ? 100 metros à direita e 100 metros à esquerda das placas indicativas – devido à emissão de esgoto sanitário e presença de coliformes fecais.

Locais de risco

A balneabilidade aponta a emissão de esgoto sanitário e presença de coliformes fecais nas águas da orla paranaense e qualifica os locais em próprios ou impróprios para banho. Para um local ser classificado como próprio para banho, pelo menos 80% das amostras coletadas nas últimas cinco semanas devem apresentar até 800 escherichias coli (que indica a presença de coliformes fecais) por 100 mililitros de amostra. Apresentando mais de 2.000 coliformes fecais por 100 mililitros, o local será considerado impróprio para banho. Nos pontos de risco a concentração de esgotos e coliformes apresenta índices superiores a 100 mil escherichia coli.

A quantidade de coliformes fecais influencia diretamente na quantidade de fungos e outros embriões de organismos patológicos, que podem causar doenças como dermatites, gastrenterite e infecções nos olhos, ouvidos e garganta. Doenças mais graves também podem ser transmitidas pela água, como hepatite A, cólera e febre tifóide.

Procedimento

A coleta é realizada todas as segundas-feiras – dia seguinte ao final de semana, quando é maior fluxo de turistas. Com as mãos protegidas para evitar a contaminação dos frascos, os profissionais coletam as amostras em frascos de vidro contendo uma substância que preserva as bactérias existentes na água.

Os resultados das análises serão divulgados todas as quintas-feiras até o dia 25 de fevereiro. A Secretaria do Meio Ambiente e o IAP também divulgam os boletins em seus portais nos endereços eletrônicos (www.pr.gov.br/meioambiente) ou (www.pr.gov.br/iap).

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