25 mil vivem na miséria na região de Paranavaí

A região de Paranavaí tem quase 25 mil pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza. Isto significa dizer que os mais pobres não possuem renda alguma ou, no máximo, conseguem rendimento máximo de R$ 60,00, o equivalente a 1/4 do salário mínimo. A conclusão é de estudo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado que, por meio do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), fez mapeamento completo da pobreza estadual. Para reverter a situação, o governo do Estado está investindo a implementação de programas de alcance social.

“Cada compromisso firmado em campanha será cumprido por este governo, que deixou claro a opção pelos pobres”, declarou o governador Roberto Requião quando lançou o programa Luz Fraterna, que isenta do pagamento da conta de energia elétrica das famílias carentes. Os programas de isenção de ICMS às pequenas e microempresas e o Leite das Crianças são exemplos dos esforços dirigidos a melhorar os indicadores sociais do Estado.

Realidade adversa

Os números são críticos. Para uma população paranaense de 9.501.559, existem 1.029.012 muito pobres, o correspondente a 10,83% do total. Ou seja, de cada 10 paranaenses, um vive em condição extrema de pobreza, não conseguindo suprir as necessidades diárias de consumo de proteínas, vitaminas e calorias, além de enfrentarem sérias carências habitacionais, de saúde, educação e em demais áreas.

“Temos que ser críticos e conhecer a realidade para, a partir daí, acelerar e desenvolver novos projetos de inclusão social”, assegura Orlando Pessuti, secretário da Agricultura e vice-governador. Na sua opinião, o contingente abaixo da linha de pobreza vive em situação próxima da indigência. É para este segmento que estão voltados os principais programas do governo estadual visando à geração de empregos e renda.

A análise do mapa da pobreza nesta região assinala que a distribuição de número de pobres é heterogênea. Pelo menos 15 dos 29 municípios apresentam percentual de pessoas pobres superior à média do Paraná. Por exemplo, Jardim Olinda, Querência do Norte e Itaúna do Sul exibem percentual de muito pobres acima de 20% de suas respectivas populações. Em termos absolutos, Paranavaí e Querência do Norte estão entre os municípios com maior número de pobres. Juntos, concentram 30,93% daqueles sem renda ou com rendimento máximo de R$ 60,00 valor insuficiente para cobertura das necessidades básicas do dia-a-dia.

Declínio do café e do algodão

A região de Paranavaí -nos anos 70 e 80 – sofreu profundo esvaziamento sócioeconômico em decorrência da crise na cafeicultura e na produção algodoeira. Estas duas atividades, que exigem elevado índice de mão-de-obra, foram substituídas pela pecuária extensiva e até pelo avanço de culturas mecanizadas soja e trigo em pleno arenito-caiuá.

A chegada da citricultura ainda não conseguiu reverter essa situação, pois ainda se restringe a poucos produtores. Não fosse a expansão na cultura da cana-de-açúcar, o quadro seria muito pior. Esta lavoura absorve mão-de-obra de baixa qualificação profissional durante quase o ano todo e garante direitos sociais, médicos e previdenciários. A cana gera 75 mil empregos diretos mesmo absorvendo pouca quantidade de terras em comparação às demais culturas.

Cidades-fantasmas, aumento do êxodo rural, proliferação de favelas e cortiços na periferia das pequenas e médias comunidades, migração de trabalhadores rurais desempregados para cidades-pólo (Maringá, Paranavaí, Umuarama, Londrina, Curitiba) e aumento da criminalidade são as conseqüências diretas do agravamento do quadro social, conforme demonstra o estudo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, por meio do Iapar. As ações do governo do Estado levam em conta este crucial retrato social.

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