Paraná recebe prêmio em programa de analfabetismo

A medalha Paulo Freire, premiação do Ministério da Educação ao Estado do Paraná, recebido pela Secretaria da Educação na última semana, foi entregue ao governador Roberto Requião, na Escola de Governo desta terça-feira, pelas mãos do alfabetizando Antonio Rodrigues dos Santos, 72 anos, morador de Adrianópolis.

A entrega do prêmio foi acompanhada da presença de educadores e alfabetizandos, além de toda a coordenação de professores responsáveis pelo projeto ?Paraná Alfabetizado? . Estavam presentes alunos de municípios do Litoral e da Região Metropolitana de Curitiba. A Escola de Governo foi escolhida para comemorar a premiação, por reunir a equipe responsável pela formulação das políticas públicas e sociais no Paraná.

O governador determinou que o prêmio, em forma de um troféu, criado especialmente pelo artista plástico pernambucano Brenan, amigo de Paulo Freire, ficará sob a guarda do coordenador do projeto no Paraná, professor da Universidade Estadual de Londrina, Wagner Roberto do Amaral.

O secretario da Educação Maurício Requião ressaltou o esforço que o atual governo está fazendo para reduzir o analfabetismo no Estado, que hoje atinge 650 mil pessoas, segundo dados do Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A maioria dos analfabetos é moradora de municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Para o secretário, ?o prêmio representa um estímulo à proposta de educação popular no Estado que, num futuro breve, fará o Paraná uma terra livre do analfabetismo?.

O projeto da Secretaria da Educação iniciou em agosto de 2004, atendendo 24 mil jovens com idade acima de 15 anos, adultos e idosos, em 255 municípios paranaenses. Neste ano, o número de alunos quase dobrou. São 47 mil alunos de 344 municípios, participando do programa. Em 2006, a meta é dobrar novamente esse atendimento. O total de alunos neste primeiro ano representa 10% do percentual de analfabetos do Estado, disse Amaral.

O projeto conta com 2.600 educadores que são bolsistas, selecionados pela Secretaria da Educação e pagos em parceria com o Ministério da Educação. Eles recebem treinamento inicial de 30 horas e têm acompanhamento permanente de uma equipe de 500 professores da rede estadual de ensino, com reuniões quinzenais nos municípios onde atuam.

Empenho

Segundo Amaral, se continuar esse ritmo de expansão o projeto fará com que o Paraná seja o primeiro Estado do País a erradicar o analfabetismo, no período de dois mandatos de governo. O coordenador ressaltou o empenho dos educadores em atender pessoas diversas, como população de assentados, pequenos agricultores, pescadores, indígenas, moradoras em terras quilombolas e também portadores de necessidades educacionais especiais.

Segundo a secretária de Educação de Adrianópolis, município com 7 mil habitantes e com os mais elevados índices de analfabetismo, muitos educadores se deslocam até à casa do aluno, quando este tem dificuldades de locomoção. O coordenador do projeto ressaltou a importância dessa parceria com os municípios para o sucesso do empreendimento.

O método de alfabetização empregado no projeto é o preconizado pelo educador pernambucano Paulo Freire, que revolucionou o processo de aprendizado a partir da ênfase na compreensão crítica da realidade do analfabeto, para então introduzir o ensino das letras e das palavras.

Voltar ao topo