Paraná estuda criação de medidas contra a entrada das sementes terminator

Nesta quarta-feira (22), técnicos da Secretaria da Agricultura do Paraná (SEAB), juntamente com especialistas internacionais, estarão discutindo, no Expotrade, em Pinhais, a criação de medidas de prevenção contra a entrada no Estado da chamada ?semente suicida? (terminator technology) – espécie de semente desenvolvida utilizando a tecnologia terminator. A tecnologia modifica plantas geneticamente para produzir sementes estéreis na colheita.

A autorização para que empresas façam experimentos com a terminator está na pauta das discussões da 8ª Conferência das Partes da Convenção da Biodiversidade (COP8) e há uma grande pressão da indústria para que esta autorização seja aprovada.

Embora o Brasil tenha uma lei proibindo este tipo de experimento, os técnicos do Governo do Paraná temem a entrada ilegal da semente no Estado. O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, do Departamento de Fiscalização Agropecuária da Secretaria de Agricultura do Paraná, Carlos Alberto Salvador, disse que o setor já atua na fiscalização das lavouras paranaenses para coibir o plantio de transgênicos e agora ampliará seu trabalho para a semente suicida.

?A lei federal proíbe qualquer tipo de pesquisa e introdução de semente terminator no Brasil, mas teremos que estar atentos a qualquer tipo de pesquisa ilegal em solo paranaense. Estamos discutindo medidas de prevenção para evitar que essa tecnologia atinja as nossas lavouras?, explicou Salvador. No Paraná, a fiscalização das lavouras é feita através de 20 escritórios regionais no estado, onde 109 fiscais atuam exclusivamente no monitoramento e identificação de lavouras transgênicas.

O técnico da Secretaria do Meio Ambiente do Paraná, Paulo Roberto Castella disse que o estado tem condições legais de impedir que a semente terminator seja testada no Paraná, independente da postura nacional ou da decisão da COP8. Ele defende rigidez absoluta nas medidas para evitar que a semente seja introduzida no solo paranaense, também por causa da contaminação ambiental. ?Entre os principais riscos desta semente está a contaminação de plantas naturais. O pólen desta semente pode espalhar-se rapidamente trazendo impactos na flora?, explicou Castella.

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