Para sindicalistas, MPs para servidores distribuem desigualmente recursos

Brasília – A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condesef) avalia que as medidas provisórias publicadas para reestruturar as carreiras e reajustar os salários dos servidores públicos fazem uma distribuição desigual dos recursos para o funcionalismo público. "É uma injustiça que nós já percebemos dentro da medida provisória; um quantitativo menor de servidores está levando uma fatia maior do bolo com relação aos recursos", disse o diretor. Segundo ele, aproximadamente cerca de 70 mil servidores, entre policiais federais e auditores fiscais estariam concentrando boa parte dos recursos.

"Eles estão levando R$ 1,5 bilhões. É uma injustiça 70 mil servidores levarem uma quantia dessas enquanto em torno de 500 mil servidores da Seguridade Social e do Plano de Classificação de Cargos (PCC) estão levando aproximadamente R$ 400 milhões. É uma divisão desigual do governo", afirmou o diretor da entidade Sérgio Ronaldo. De acordo com ele, essas categorias já haviam sido privilegiadas por reajustes ao longo dos últimos três anos. "Infelizmente, os que conduzem a máquina administrativa do governo vem sendo mais uma vez injustiçados", completou.

O diretor criticou também o fato de as medidas provisórias terem prejudicado os mais de 290 mil servidores incluídos no PCC. "Eles tiraram R$ 300 milhões desse setor, que já vem de uma situação difícil para conceder para outros setores que já tinham tido alguns incrementos desde o inicio do governo Lula". Em negociações anteriores o governo havia acordado que o reajuste para os servidores do PCC seria retroativo a fevereiro deste ano, mas o acordo deixou de valer com o anúncio do reajuste, na semana passada.

De acordo com o diretor, o governo dizia que iria encurtar a distância entre o menor e o maior salário do Poder Executivo, no entanto, ele explica que no inicio do atual governo, havia cerca de 50 tabelas salariais para os servidores do Executivo, que passaram para 72 e agora com a edição das últimas medidas provisórias, publicadas em edição extra do Diário Oficial da União, são 80.

"Em vez de encurtar essas distâncias, está aumento. Esse é um dos pontos que nós detectamos nas Medidas Provisórias que está se agravando. Essa distância, tanto financeira, como em relação a encurtar os valores de uma tabela para outra está aumentando", explicou Sérgio Ronaldo.

Segundo Ronaldo, para tentar corrigir "essas injustiças" a Condesef trabalhará junto com parlamentares para apresentar emendas parlamentares às MPS até quarta-feira (05). Os parlamentares têm até cinco dias, a contar da edição da medida, para apresentar emendas. No sábado (8), uma plenária nacional da Confederação deverá decidir as próximas reivindicações da entidade.

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