Para Severino, não há embaraço em pedir cassação

O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), disse hoje, no Recife, que não terá constrangimento em pedir a cassação do presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), caso seja comprovado que ele tem envolvimento com as denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). "Não acredito em culpa dele (Jefferson), mas, se ele for culpado, pedirei sua cassação porque quem tem delito tem de ser punido", afirmou, depois de ser mais uma vez homenageado, agora por entidades de policiais civis de todo o País.

"É preciso que fique esclarecido que o corregedor da Câmara que mais cassou mandatos foi Severino Cavalcanti", destacou. "Eu tenho um passado que garante o meu futuro." Ele cumpriu dois mandatos como corregedor e, no período de 1999 a 2000, pediu a nulidade do mandato de 11 deputados por denúncias de quebra de decoro parlamentar. Do total, três foram cassados – Hildebrando Pascoal (sem partido-AC), Sérgio Naya (sem partido-MG) e Talvane Albuquerque (PTN-AL); dois renunciaram aos mandatos antes de aberto o processo de cassação, e o restante foi absolvido. "Isto significa que a maioria da Câmara dos Deputados não aceita corruptos fazendo parte do seu corpo", disse.

Severino reafirmou que a comissão parlamentar de inquérito (CPI) dos Correios será posta em pauta quarta-feira (25). "Pelas informações que obtive em meu gabinete, as assinaturas para a instalação da CPI permanecem", afirmou, assegurando que – permanecendo as adesões – não criará nenhum obstáculo, para que a comissão tenha andamento normal. O presidente da Câmara dos Deputados não se posicionou sobre a instalação da CPI – "Tenho a função de magistrado"-, mas defendeu punição àqueles que faltaram aos princípios éticos e morais.

"Não podemos ficar apadrinhando quem não cumpre suas obrigações para com a sociedade brasileira."

Severino afirmou ainda que, no que depender dele, a CPI dos Correios, uma vez criada, não terá desvio no objetivo, que é o de apurar acusações de um esquema de corrupção na empresa.

O presidente da Câmara recebeu uma placa de homenagem da Federação Interestadual dos Policiais Civis (Feipol) "pela destacada atuação na presidência da Câmara Federal".

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