O senador Tião Viana (PT-AC) disse que "pode estar havendo um conluio a mais para atacar o ministro [da Fazenda, Antonio] Palocci, que vem sendo bastante agredido". Viana disse que é preciso ter cuidado com as declarações do caseiro Francenildo Santos Costa envolvendo o ministro Palocci, já que existe um embate com relação a este assunto entre governo e oposição.
Em reportagem publicada ontem (13) pelo jornal O Estado de S. Paulo, o caseiro fez afirmações que contradizem o depoimento do ministro na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos.
A assessoria do ministério da Fazenda reafirmou hoje o que o ministro disse aos parlamentares na ocasião: que Palocci não freqüentou a mansão alugada em Brasília por Vladimir Poleto, ex-assessor na época em que o ministro foi prefeito de Ribeirão Preto. Costa disse ao jornal que viu Palocci na casa por "10 ou 20 vezes". Segundo o caseiro, o ministro "chegava sozinho, vinha num Peugeot prata, de vidro escuro, dirindo sozinho."
O senador Tião Viana (PT-AC) disse estranhar as afirmações do caseiro. "Eu conversei com Palocci e ele disse que está entristecido, porque vê nas declarações do caseiro uma atitude inusitada. Palocci disse que nunca dirigiu em Brasília", disse Viana. O senador acrescentou que quando Palocci anda de carro na capital federal é somente de carro oficial.
Costa é a segunda testemunha a dizer que viu Palocci na casa alugada por Poleto. A primeira foi o motorista Francisco das Chagas, que prestou serviços para assessores de Palocci em Ribeirão Preto. A afirmação de Chagas também foi feita em depoimento à CPI dos Bingos, no último dia 8. De acordo com a assessoria, Palocci não tem conhecimento de atividades que teriam sido realizadas na casa.
O líder da minoria do Senado, José Jorge (PFL-PE), defendeu o retorno do ministro à CPI para dar explicações sobre as declarações do caseiro. "O ministro deve voltar sim à CPI para se explicar, pois vem sendo desmentido por diversas testemunhas", disse.