O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (24), em audiência pública de seis comissões do Congresso Nacional, que a inflação na meta é o caminho para que a taxa de juros continue caindo. A afirmação de Meirelles foi uma resposta a parlamentares que pediram uma aceleração do ritmo de queda da taxa de juros. Segundo o presidente do BC, é preciso ter taxa de juros adequada ao cumprimento das metas de inflação.
Meirelles também comentou que o País precisa continuar persistindo no caminho e reduzir o tamanho do endividamento do setor público, além de manter o saldo superavitário da balança comercial. Ele ainda destacou a importância da queda da taxa de risco Brasil como uma representação de recuo dos prêmios de risco pagos em captações feitas no exterior.
O presidente do BC também aproveitou para ressaltar que a taxa real de juros de um ano está hoje pouco acima de 7,5% e chegou a ficar em cerca de 22% entre 1994 e 1998. Em prazos mais longos, a taxa real de juros, segundo Meirelles, já está abaixo de 7,5%.
Ele também respondeu às críticas de parlamentares de que os números da economia não representam o Brasil real. Para Meirelles, o aumento da massa salarial, do emprego e do poder de compra dos salários é uma melhora efetiva da realidade dos trabalhadores. Meirelles ressaltou, no entanto, que isso não significa que o País deva parar de trabalhar para criar condições ainda melhores. Neste ponto, ele destacou que é necessário envolvimento de outras esferas do poder público, como os municípios, os Estados e o Poder Judiciário.
Ele ainda destacou que o BC vem cumprindo sua missão constitucional, mas que isso, apesar de ser fundamental, não resolve todas as questões. De acordo com o presidente do BC, o País deve continuar crescendo nos próximos anos de forma sustentada.