Para Fruet, interferência no debate já é uma vitória

O tom que o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) deu ao seu discurso no plenário antes do início da eleição da nova mesa da Câmara foi o mesmo que vinha repetindo desde o início da manhã, demonstrando já esperar a derrota. "A minha obrigação não é com a vitória. A minha obrigação é não ser omisso neste momento do Brasil. Quero marcar a minha trajetória procurando contestar métodos que o Brasil não mais aceita", afirmou.

O deputado passou o dia afirmando que já considerava vitoriosa sua candidatura por ter conseguido alterar o debate em torno de temas como a autonomia da Câmara e o reajuste salarial dos deputados. Andando muito rápido, ele percorreu a Câmara puxando pelo braço a noiva, Márcia, na tentativa de conquistar votos, principalmente entre os deputados novatos. Para isso, aproveitou a sessão de posse para cumprimentar parlamentares.

À saída do plenário, Fruet se encontrou com o ex-líder do PSDB deputado Jutahy Magalhães Jr. (BA), de quem ouviu: "Estamos na mão do PFL". O ex-líder falava sobre o apoio do PFL a Aldo Rebelo (PCdoB-SP), mantido mesmo depois da formação do bloco PFL-PSDB-PPS. Jutahy esperava que Fruet recebesse o voto de alguns pefelistas, identificados com o caráter oposicionista da candidatura tucana. "O mais prejudicado com esses blocos foi o Aldo. O nosso bloco pode mudar algumas opiniões no PFL sobre o Fruet", disse Jutahy.

No início da tarde, Fruet fez uma reunião de análise do quadro com deputados como Raul Jungmann (PPS-PE), José Aníbal (PSDB-SP) e Paulo Renato Souza (PSDB-SP), na Liderança do PPS, mas deixou a sala aparentando desapontamento. Fruet almoçou no gabinete, onde permaneceu até o início da votação. Disse ter-se recolhido para dar alguns telefonemas a parlamentares e traçar as linhas do discurso, que fez de improviso.

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