Para economista do Ipea, aumento de gastos com previdência preocupa

O economista Fábio Giambiagi, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), disse hoje (6) que o principal problema econômico do Brasil é o aumento dos gastos do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

Segundo ele, desde a promulgação da Constituição (1988), os gastos do INSS passaram de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas do país) para 5% do PIB em 1994, ano da implementação do Real. Ao final do governo Fernando Henrique Cardoso, a relação era de 6,5% do PIB e a previsão para este ano é de que essa proporção chegue a 7,9%.

Nesses 16 anos, acrescentou Giambiagi, a média de gastos foi de 5,5% do PIB. "É um problema dramático, não só pela dimensão em si, mas porque todas as forças políticas, sem exceção, fazem de conta que isso não existe", avaliou.

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, concorda com o economista. "Essa é uma questão que atinge a todos nós e tem que ser bem discutida, sem paixões", disse, salientando que, por outro lado, "a sociedade brasileira está madura para discutir e avaliar as questões fiscais".

Levy confirmou que os gastos com a previdência têm crescido, mas disse que o atual governo conseguiu promover algumas reduções "significativas" no crescimento das despesas, "sem maiores choques". Na avaliação dele, ao final de 2006, serão formuladas novas perguntas.

"Em vez de estar pensando em crise, em dólar que disparou, em inflação que disparou, a gente vai estar pensando em como vai lidar com a questão do meio ambiente para proteger o que é importante sem impedir o investimento, em como podemos ter as nossas contas públicas estabilizadas no médio prazo e as despesas correntes compatíveis com o aumento de investimento ? elas não podem correr mais do que o PIB", observou.

O secretário citou o caso da Índia, onde os gastos com a previdência social representam 1,5% do PIB. E acrescentou que as perguntas feitas no Brasil em relação a esses gastos são repetidas em países desenvolvidos, como França e Estados Unidos.

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