Para a PF, transponder do Legacy pode ter sido desligado involuntariamente

O delegado da Polícia Federal, Ramon Almeida da Silva, que preside o inquérito sobre o acidente com o avião da Gol, disse em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle do Senado que não há indícios de que o desligamento do transponder do jato Legacy tenha sido proposital. Segundo ele, os registros da caixa-preta mostram que o equipamento ficou inoperante por cerca de 50 minutos. Só após o choque é que os pilotos americanos, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, se deram conta de que o transponder não funcionava.

"Houve dois diálogos que fazem referência ao sistema anticolisão mas eles não são esclarecedores. Dois minutos depois da colisão os pilotos perceberam que, se bateram em algo, o sistema anticolisão não funcionava. E, segundos depois, o aparelho volta a emitir sinais", disse o delegado. Ele acredita que os pilotos americanos tenham acionado, involuntariamente, algum botão, o que teria ocasionado o desligamento do transponder.

"É muito pouco provável que isso tenha ocorrido voluntariamente" afirmou o delegado. O policial não soube informar se no dia do acidente os controladores do centro de controle aéreo de Brasília (Cindacta-1) monitoravam mais aeronaves do que o recomendado. "Não tenho elementos no inquérito que me levem a concluir isso. Mas também não posso detalhar essa informação", disse ele, lembrando que as investigações da PF não têm o objetivo de apurar as condições de segurança de vôo. O delegado esclareceu que o indiciamento de Lepore e Paladino se deu porque na avaliação da PF, os pilotos "tinham a obrigação jurídica de manter observância sobre o painel de controle" para verificar se o transponder funcionava normalmente.

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