O governo está planejando perdoar as dívidas das entidades filantrópicas mediante o lançamento de um pacote que, em contrapartida, tornará mais difícil a concessão de benefícios fiscais. O ministro da Previdência, Luiz Marinho, que é pré-candidato à Prefeitura de São Bernardo do Campo, município industrial do ABC paulista onde começou sua carreira pública, frisou que a intenção é fazer a devida separação entre filantropia e ?pilantropia?.

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De acordo com o ministro a Previdência não está aparelhada para acompanhar a movimentação de todas as entidades filantrópicas, a maioria hospitais e universidades, pois dispõe de apenas quatro procuradores para fiscalizar 750 instituições em todo o País.

A preocupação do ministro vem do fato que em 2007 a Previdência deixou de arrecadar R$ 14 bilhões, em função das renúncias fiscais em favor de micros e pequenas empresas inscritas no regime tributário Simples, entidades filantrópicas e exportadores de produtos rurais. Somente da área da filantropia a renúncia somou R$ 4,4 bilhões.

O governo vê com apreensão a idéia de Marinho, porquanto não deseja mover uma palha no sentido de arruinar sua relação com as igrejas, em especial as evangélicas, que têm forte representação parlamentar.

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Em se tratando de ano eleitoral, a mesma motivação que supostamente alimentou o propósito do ministro da Previdência não foi digerida pelos operadores políticos do Planalto, sobretudo pela animosidade dos setores contrariados em seus interesses e, a indubitável reação negativa que a medida vai suscitar no Congresso.