Osmar Serraglio pedirá quebra do sigilo contábil do PT

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) apresentará um requerimento para quebrar o sigilo contábil do PT. O pedido será votado na próxima sessão administrativa da CPI que deverá ocorrer no dia 7 ou 8. Pelo segundo dia consecutivo, a reunião da CPI não deu quórum hoje para votar requerimentos pendentes. Serraglio disse que pretende entregar o relatório final no dia 21. Pressionado pelos petistas, ele informou que deverá também pedir a quebra do sigilo do Diretório Estadual do PSDB de Minas Gerais. Os tucanos mineiros teriam recebido dinheiro do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, em 1998, na campanha à reeleição do então governador e hoje senador Eduardo Azeredo. "Quero o sigilo contábil do PT para ratificar o acervo documental que temos na CPI. Se houver necessidade, também vamos pedir a quebra do sigilo de outros partidos", afirmou o relator da CPI dos Correios.

"Tem de quebrar o sigilo de todo mundo. É bom que quem está ansioso por quebrar o sigilo do PT também apresente o seu, voluntariamente", argumentou o presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP). Segundo assessores da comissão, a quebra do sigilo contábil da legenda, nacionalmente, é para verificar se houve entrada de recursos da Visanet – empresa administradora de cartões de crédito e débito que tem entre os cotistas o Banco do Brasil (BB) – nas contas da sigla. Serraglio afirmou que pedirá a quebra do sigilo contábil da agremiação nos últimos cinco anos. A um mês da entrega do parecer final da CPI, ele marcou o depoimento de dois diretores do BB para o dia 7. Serraglio quer que eles expliquem a auditoria feita pelo banco sobre o suposto uso de recursos da Visanet no esquema operado por Valério. Em novembro, a CPI descobriu que R$ 10 milhões de recursos da instituição financeira serviram para alimentar, em 2004, o esquema de empréstimos a aliados operado por ele a pedido do PT. Os R$ 10 milhões deveriam ter sido usados pela agência de publicidade DNA Propaganda, uma das empresas de Valério, na propaganda da Visanet. Mas o dinheiro acabou no Banco BMG, um dos que emprestaram recursos para Valério repassar ao partido.

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