Osmar Serraglio descarta depoimento de ministro da Justiça na CPI

O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou hoje (13) que não é necessário o comparecimento do ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, para depor na Comissão. O PSDB e o PFL defendem a convocação do ministro para que ele se pronuncie sobre a autenticidade de lista, supostamente de autoria do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, com o nome de 156 políticos que teriam recebido recursos de caixa 2 para financiar suas campanhas em 2002. Dimas Toledo depõe na quarta-feira (15) na CPI dos Correios.

"Não vejo necessidade em chamarmos o ministro Thomaz Bastos à CPI. Temos é que solicitar uma cópia do laudo da Polícia Federal sobre a lista de Furnas", disse Serraglio. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), também acha desnecessária a convocação do ministro da Justiça, antes da conclusão do inquérito da Polícia Federal sobre a autenticidade da lista de Furnas. "Não acho que o ministro da Justiça possa resolver e dar um veredicto final sobre uma investigação que ainda está em curso", argumentou Mercadante.

Na avaliação do relator da CPI, o depoimento de Dimas Toledo, marcado para quarta, não trará grandes revelações. "Tenho a impressão que ele (Dimas) vai repetir tudo o que falou na Polícia Federal, na semana passada. Ou seja, negar a autoria da lista", observou Serraglio. Paralelamente ao depoimento do ex-diretor de Furnas, a cúpula da CPI dos Correios articula para que o lobista Nilton Monteiro vá à Comissão o mais rápido possível.

"Se for costurado um entendimento para ele (Nilton Monteiro) ser ouvido, não vou criar dificuldades", disse hoje Serraglio. Ele já solicitou à Polícia Federal cópia dos depoimentos dados por Monteiro. "Quero ver esses depoimentos para que se os partidos resolverem chamá-lo, como fizeram no caso do Dimas Toledo, eu já tenha lido o que ele falou", explicou o relator. Nilton teria entregue à Polícia Federal a lista supostamente assinada por Dimas Toledo com o nome dos políticos beneficiados com recursos de caixa 2. Em depoimento à PF na sexta-feira passada, Dimas afirmou que a lista é falsa.

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