Osmar Serraglio ameaça convocar diretoria do Banco do Brasil

O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), ameaçou hoje (17) convocar a diretoria do Banco do Brasil (BB) para explicar o suposto desvio de R$ 10 milhões de recursos públicos da Visanet para o esquema montado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Serraglio quer pôr o requerimento de convocação dos diretores em votação na sessão de terça-feira (21).

"O Banco do Brasil está criando dificuldades para termos esclarecimentos sobre o caso Visanet. Estão querendo dificultar o nosso acesso aos dados. Vou pedir a convocação dos diretores do banco para que eles venham aqui esclarecer e detalhar todos os pontos que não foram respondidos. Estou muito insatisfeito porque estão dificultando o nosso trabalho", disse Serraglio. Ele explicou que, no dia 26 de janeiro, a comissão pediu informações extras sobre a auditoria realizada pelo BB para investigar o suposto desvio de recursos da Visanet, administradora de cartões de crédito e débito que tem o BB como acionista, para o "valerioduto".

"O resultado da auditoria do BB veio para CPI, mas ficamos com várias dúvidas e pedimos mais informações", contou Serraglio. "O banco recebeu o ofício no dia 27 de janeiro, mas só enviou correspondência para nós em 6 de fevereiro pedindo mais 15 dias para dar as informações", disse o relator. A comissão decidiu, então, convocar os auditores responsáveis pela investigação. "Para nossa surpresa, o banco disse que a CPI não poderia ouvir os auditores porque eles têm o compromisso do sigilo. Então, se eles não vierem, vamos chamar os diretores", garantiu Serraglio.

A CPI dos Correios descobriu que R$ 10 milhões de recursos do BB serviram para alimentar, em 2004, o "valerioduto" Os R$ 10 milhões deveriam ter sido usados pela DNA Propaganda, uma das empresas de Valério, na publicidade da Visanet. Mas o dinheiro acabou no BMG, um dos bancos que emprestaram recursos para Valério repassar ao PT.

Em 12 de março de 2004, a Visanet – da qual o BB tem participação de um terço – depositou R$ 35 milhões para a DNA no Banco do Brasil. De acordo com a CPI, esses recursos são apenas do BB, de um total de R$ 100 milhões para propaganda. A DNA aplicou R$ 34,86 milhões no BB. A agência transferiu R$ 10 milhões ao BMG.

O Banco do Brasil sustenta que nunca se negou a contribuir com os trabalhos da CPI. O banco alega que pediu mais prazo ao relator devido à complexidade dos dados solicitados, que envolvem inclusive sigilo bancário.

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