Oposição e governo se enfrentam no primeiro dia de CPI do Apagão Aéreo

A primeira sessão da CPI do Apagão Aéreo mostrou que o enfrentamento entre governo e oposição marcará os trabalhos da comissão. Antes mesmo do início da eleição do presidente da CPI, começaram os bate-bocas. Assim que o líder do PPS, Fernando Coruja (SC), lembrou que o cargo de segundo vice-presidente caberia à oposição, o deputado Eduardo Valverde (PT-RO) retrucou aos berros, que ninguém levaria o que não tinha direito.

Errado. Pelo regimento, a oposição tem direito ao segundo vice, que será eleito na semana que vem. "Tá na cara que o governo escolheu a turma que vota sim e os que tentam vencer tudo no grito", disse Coruja, ao deixar o plenário da CPI. Ele nem integra a comissão. Mas, como outros colegas, foi à sessão inaugural da CPI prestigiar o início dos trabalhos e dar uma força para as oposições. Também estavam lá os líderes do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), dos Democratas, Onyx Lorenzoni (RS), e da Minoria, Julio Redecker (RS).

O governo também postou seus líderes na sala da CPI, um acanhado auditório no corredor das comissões, onde as pessoas se espremiam como podiam. Da base, compareceram os líderes do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), PT, Luiz Sérgio (RJ), PR, Luciano Castro (RR), PV, Marcelo Ortiz (SP) e do PSB, Márcio França (SP). O presidente do PMDB, Michel Temer (SP), também apareceu na sessão da CPI.

O maior embate entre governo e oposição aconteceu quando falava o líder da Minoria, Júlio Redecker, que nem é dos mais exaltados. Referindo-se ao voto de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na decisão da Corte por 11 votos a zero pela instalação da CPI, Redecker disse que a oposição tentou fraudar a Constituição ao impedir o início das investigações.

Imediatamente o deputado Silvio Costa (PMN-SE) reagiu. Ele sugeriu que o presidente da CPI retirasse da ata as palavras de Redecker. Este, de costas para o parlamentar da base governista, afirmou que apenas lia o voto de um ministro. Silvio Costa contra-atacou, aos gritos, claro: "Retira porque ele é mal-educado e já está começando a criar encrenca".

Voltar ao topo